Trump Ameaça Tarifar Aço e Alumínio em 25%; Como Isso Afeta o Brasil?

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Ele fez de novo. A bordo do avião presidencial Air Force One na noite do domingo (9) o presidente americano, Donald Trump, disse que vai anunciar nesta segunda-feira (10) a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e de alumínio para os Estados Unidos.

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Trump não especificou quando as tarifas seriam aplicadas. Afirmou que também lançaria tarifas retaliatórias contra países que taxam importações dos Estados Unidos. O setor é um dos grandes responsáveis por sua vitória em estados considerados como estratégicos.

O gesto de Trump está sendo visto como uma retribuição a seus eleitores. “É simples, se eles cobrarem, nós cobramos”, afirmou. O presidente prometeu conceder uma entrevista coletiva nos próximos dias para fornecer mais detalhes sobre as medidas.

O primeiro efeito foi positivo para as empresas americanas na Bolsa. As ações de empresas americanas de aço e alumínio subiram no pré-mercado. U.S. Steel e Nucor registraram alta de 8%, enquanto Cleveland-Cliffs avançou 9%. A Alcoa teve valorização de 4%.

Impacto sobre o Brasil

Segundo dados da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em 2024 o Brasil exportou US$ 11,4 bilhões em ferro e aço, sendo que US$ 5,7 bilhões, ou 48,0% dessas exportações foram para os Estados Unidos. Produtos semi-acabados de ferro ou aço ocupam o segundo lugar entre os itens mais exportados do Brasil para os EUA.

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, ficando atrás do Canadá, mas à frente do México. Em seguida vêm países asiáticos como Coreia do Sul e Vietnã. No caso do alumínio, o principal prejudicado pelas tarifas será o Canadá, de onde vieram cerca de 80% das importações no ano passado.

As tarifas podem afetar essa corrente de comércio. Segundo Heverton Cardoso, CEO do grupo Innova Steel, que produz elementos para a construção civil que contêm aço, as tarifas “terão implicações significativas para o mercado siderúrgico brasileiro”. Cardoso afirmou que “os exportadores poderão enfrentar desafios para manter sua competitividade no mercado norte-americano”.

No entanto, se colocadas em prática, as medidas poderão aumentar a oferta de aço para o Brasil. “Mesmo com eventuais medidas do governo brasileiro, isso deve auxiliar no controle da inflação interna deste insumo”, diz Cardoso.

Resposta brasileira

Não é uma decisão nova. Em seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio. “O Brasil, um dos maiores fornecedores aos Estados Unidos, foi afetado principalmente em bens semimanufaturados de aço”, segundo um relatório da Câmara de Comércio.

No entanto, o governo americano estabeleceu um regime de cotas isentas de impostos posteriormente para parceiros comerciais relevantes, como Canadá e México. E o Brasil também foi beneficiado. Durante o governo Biden, os EUA estenderam essas cotas para a União Europeia e países como Japão e Reino Unido.

Mesmo antes do anúncio, o governo brasileiro já vinha antecipando a possibilidade da aplicação de tarifas sobre o aço, ou mesmo de redução das cotas. Informalmente, o governo já começa a preparar uma lista de produtos dos Estados Unidos que poderiam sofrer retaliações, e também a estudar como as cadeias produtivas podem ser afetadas.

Assim como a decisão de Trump foi orientada pela política, o governo brasileiro pode retaliar elevando tarifas sobre produtos que afetem de forma especial a base republicana e os apoiadores de Trump, principalmente nos estados que votaram a favor do presidente.

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