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Todos os anos ocorre a maior migração em massa da vida selvagem do mundo na África. Gnus e zebras que se deslocam em busca de água e comida, em um grande ciclo migratório natural. Esses animais transitam pelas mesmas regiões, em uma mesma rota circular.
E há uma degradação do ambiente? Não, pois há uma sintonia entre os grandes animais, as gramíneas, microfauna, fungos e bactérias. Todos trabalham juntos nesse ciclo natural.
Mas e o que isso tem a ver com o bem-estar animal e com a produção brasileira? Cada vez mais cresce o número de insumos biológicos disponíveis, como também o resgate de práticas ecológicas de pastejo, revisitadas com um olhar atual, técnico e sempre baseada em números. Trata-se da pecuária regenerativa, na qual os próprios animais fazem a nutrição do solo, com as fezes e a urina. Há uma concentração maior nessas áreas, mas também uma rotação diária desses animais.
Os resultados estão em pastos mais verdes, especialmente na vida que se multiplica no solo, tornando-o ainda mais vivo e produtivo. Eu trouxe o exemplo da África, mas é no Brasil, com tanta tecnologia aplicada e um trabalho diário nas fazendas, que é possível produzir carne de qualidade, de forma tropical e com o menor impacto possível. Eu acredito que devemos nos inspirar na natureza, aproveitando a tecnologia e informação.
Hoje, contamos com cercas elétricas móveis, bebedores móveis, coxos móveis, que nos ajudam a uma colheita de capim mais homogênea e eficiente. Além do mais, é uma alternativa excelente para o bem-estar animal, já que a gente considera os cinco domínios. Eles têm acesso a boa comida, água, um ambiente propício, uma lotação ajustada e um pastor que observa esses animais diariamente.
Além disso, há uma multiplicação da vida no solo, com seus milhões de organismos. Fazer pecuária no Brasil é diferente, é respeitoso e recompensador. Procure saber mais sobre os sistemas de pecuária regenerativa aqui no Brasil.
* Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.
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