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O maior telescópio solar do mundo, localizado no topo do vulcão Haleakala, no Havaí, usou um novo instrumento — que levou 15 anos para ser construído — para produzir uma imagem espetacular do Sol.
A composição visual revela um aglomerado de manchas solares cobrindo 624 milhões de quilômetros quadrados da superfície do Sol, com cada pixel representando 10 quilômetros.
Embora o novo instrumento só comece a ser usado regularmente para fins científicos no próximo ano, a expectativa é que ele ajude os físicos solares a desvendar os mecanismos da estrela e como eles impulsionam o clima espacial, a origem de auroras boreais e ameaçam infraestruturas na Terra.
O que são manchas solares?
Perturbações magnéticas na superfície do Sol que podem ser tão grandes quanto a Terra — como é o caso —, as manchas solares são fundamentais para os cientistas, principalmente porque as explosões e ejeções de massa coronal (EMCs) se originam nas manchas.
As explosões solares são rajadas intensas de radiação que viajam na velocidade da luz, enquanto as EMCs são vastas nuvens de partículas carregadas que se deslocam mais lentamente, mas são uma das principais causas de tempestades geomagnéticas na Terra — que frequentemente provocam auroras boreais.
O que o novo instrumento é capaz de fazer?
Esta nova imagem vem de um instrumento chamado Filtro Visível Ajustável (Visible Tunable Filter), que foi instalado recentemente no Telescópio Solar Daniel K. Inouye, da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, localizado em Haleakala. O maior de seu tipo, o VTF capta sinais da luz solar em uma faixa estreita de frequências, permitindo mapear fenômenos específicos — como campos magnéticos, explosões solares e plasma — com novos níveis de detalhe. Ele pode escanear diferentes comprimentos de onda e tirar centenas de imagens por segundo usando três câmeras, combinando os dados para produzir visualizações 3D do Sol. O VTF foi construído por cientistas do Instituto de Física Solar em Freiburg, na Alemanha.
Por que os cientistas precisam estudar o Sol?
Os cientistas solares precisam entender o que causa distúrbios geomagnéticos na Terra para prevê-los. “Quando tempestades solares poderosas atingem a Terra, elas impactam infraestruturas críticas ao redor do mundo e no espaço”, disse Carrie Black, diretora de programa da NSF no Observatório Solar Nacional da NSF. “Observações de alta resolução do Sol são necessárias para melhorar as previsões dessas tempestades danosas.”
Uma nova era na observação solar
A expectativa é que, com o VTF, o Telescópio Solar Inouye consiga estudar com precisão as regiões do Sol onde se originam as explosões solares e as EMCs, permitindo desvendar a complexa interação entre os fluxos de plasma quente e os campos magnéticos em constante mudança. “O VTF permite imagens de qualidade sem precedentes e, assim, inaugura uma nova era na observação solar”, disse Sami K. Solanki, diretor do Instituto Max Planck de Pesquisa do Sistema Solar, em Göttingen, Alemanha.
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