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“Dez entre dez brasileiros preferem feijão”…. é assim que começa a letra de uma música que grudou e viralizou no Brasil no final da década de 1970 e que ainda hoje é facilmente encontrada em plataformas digitais atuais, como Spotify e YouTube. Citado como maravilha na música, o feijão é um alimento símbolo do prato brasileiro, com uma produção estimada de 3,4 milhões de toneladas em 2025, volume 4,9% acima de 2024, em 2,9 milhões de hectares.

Junto com Índia, Mianmar, China e México, o Brasil forma o grupo dos principais produtores globais da leguminosa, responsável por cerca de 65% da produção mundial. O país, além de ser um dos maiores produtores, é também um dos principais consumidores mundiais do grão comestível.

Hoje (10), é o Dia Mundial do Feijão, uma data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 2019, para destacar a importância desta e de outras leguminosas como âncora de segurança alimentar global, nutrição e sustentabilidade agrícola.

Essa leguminosa que desempenha um papel fundamental na alimentação humana há milênios. Estudos mostram que o feijão-comum (Phaseolus vulgaris) foi domesticado há cerca de 7.000 anos na Mesoamérica, região que abrange o sul do México e a América Central, antes de se espalhar por toda a América do Sul.

Há registros, também, de que o feijão já foi utilizado como forma de pagamento de apostas na Roma Antiga, evidenciando sua importância cultural e econômica ao longo da história. A FAO estima que cerca de 130 países plantam feijão para consumo interno e exportação, totalizando cerca de 30,1 milhões de toneladas.

Existem mais de 40 mil variedades de feijão em todo o mundo, cada uma com características e usos culinários específicos. No Brasil, por exemplo, os tipos carioca e preto são muito consumidos, mas há também variedades menos conhecidas, como o feijão-cavalo e o jalo.

A consultoria The Marketing Intelligence estima que o mercado global de feijão comestível deve atingir US$ 23,16 bilhões até 2032, apresentando uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 2,8% na comparação com as exportações de 2023, avaliadas em US$ 17,53 bilhões.

Esse é um ingrediente essencial em diversas culinárias ao redor do mundo, sendo a base de pratos icônicos. Confira alguns dos mais famosos:

Nas Américas

Feijoada (Brasil) – Um ensopado de feijão-preto com carnes de porco, servido com arroz, couve e laranja.
Chili con Carne (México e EUA) – Feijão cozido com carne moída, tomate e especiarias, muito popular no Texas.
Gallo Pinto (Costa Rica e Nicarágua) – Mistura de arroz e feijão temperada com cebola, alho e coentro.
Tacu Tacu (Peru) – Massa de arroz e feijão refogados e grelhados, servida com carnes ou frutos do mar.

Na Europa

Cassoulet (França) – Ensopado rústico de feijão-branco com carne de pato, porco e linguiça.
Fabada Asturiana (Espanha) – Ensopado de feijão-branco com chouriço, morcela e carne de porco, típico da região das Astúrias.
Baked Beans (Reino Unido) – Feijão cozido em molho de tomate adocicado, frequentemente servido no café da manhã britânico.

Na África

Waakye (Gana) – Mistura de arroz e feijão-preto cozidos juntos, acompanhados de carnes e ovos.
Moin Moin (Nigéria) – Bolo de feijão-fradinho cozido no vapor com temperos e às vezes camarão ou carne moída.

Na Ásia

Rajma (Índia) – Ensopado de feijão-vermelho cozido com tomate, cebola e especiarias indianas, servido com arroz.
Adzuki Bean Soup (Japão e China) – Sopa doce feita com feijão-adzuki, consumida como sobremesa.
Mapo Tofu (China) – Embora o tofu seja o ingrediente principal, o prato leva feijão fermentado (douchi) no molho picante.

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