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As vendas no varejo dos Estados Unidos aumentaram em março, uma vez que as famílias elevaram as compras de veículos automotores antes das tarifas, embora as preocupações com as perspectivas econômicas estejam afetando os gastos discricionários. O comércio no setor avançou 1,4% no mês passado, após uma alta não revisada de 0,2% em fevereiro, informou o Departamento de Comércio nesta quarta-feira (16). Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são principalmente de bens e não são ajustadas pela inflação, subiriam 1,3%.
As tarifas globais de 25% do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre carros e caminhões entraram em vigor no início de abril, com analistas do setor e fabricantes alertando que elas aumentarão significativamente os preços dos veículos motorizados. Os fabricantes de veículos relataram um grande salto nas vendas de automóveis em março, atribuído por alguns a uma corrida dos compradores “para tentar vencer as tarifas”.
Os consumidores também estão estocando outros produtos importados. Dados de cartões de crédito e débito sugerem que os gastos continuam a ser impulsionados por famílias de alta renda, com dificuldades para os consumidores de baixa renda. Há menos gastos discricionários, que são principalmente em serviços, o principal motor da economia.
Cenário não é dos mais otimistas
À medida que as tarifas de importação alimentam os temores de inflação e estagnação do crescimento econômico ou até mesmo de uma recessão, há preocupações de que as famílias de alta renda possam começar a se retrair se os valores de suas carteiras de investimento continuarem a diminuir.
A confiança do consumidor está próxima de mínimas de três anos, sendo que as expectativas de inflação para 12 meses são as mais altas desde 1981. As demissões de funcionários públicos como parte de uma campanha sem precedentes da gestão “trumpista”, para reduzir o tamanho do governo federal, também estão pesando sobre a confiança e podem ser um possível obstáculo aos gastos.
As vendas no varejo, excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, aumentaram 0,4% em março, depois de um avanço revisado para cima de 1,3% em fevereiro. Esse núcleo do comércio é o que mais se aproxima do componente de gastos do consumidor do Produto Interno Bruto. Economistas previam que o índice aumentaria 0,6%.
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