O presidente Jair Bolsonaro cortou 8,6 milhões de reais em verbas para combate ao desmatamento que seriam utilizadas na prevenção e no controle de incêndios florestais em áreas federais prioritárias, conforme a lista de vetos que o chefe do Executivo fez ao Orçamento da União deste ano.
Esse corte milionário de recursos foi feito especificamente no orçamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira.
Bolsonaro também fez mais um corte no orçamento do Ibama, de 4,3 milhões de reais, na rubrica Gestão do Uso Sustentável e Recuperação Ambiental.
Procuradas, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e o Ibama não responderam de imediato aos pedidos de comentário acerca dos cortes.
No Diário Oficial, sem apresentar justificativas para esses e outros vetos, Bolsonaro disse que decidiu vetar parcialmente o orçamento por considerar inconstitucional e contrariar o interesse público, após ouvir o Ministério da Economia.
A área ambiental do governo tem sido alvo de críticas dentro e fora do país por marcas negativas e falta de atuação, embora o governo negue.
Em novembro passado, por exemplo, o desmatamento da Amazônia atingiu a marca de 13.235 quilômetros quadrados entre 1 de agosto de 2020 a 31 julho de 2021, alta de 21,97% na comparação com o ano anterior, informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados foram apurados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) e divuldados em um documento no site do próprio governo federal.
Em outro veto, desta vez em uma rubrica do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Bolsonaro decidiu cortar 102 milhões de reais em recursos para a compra de equipamentos no Estado do Amazonas para o apoio a projetos de Desenvolvimento Sustentável Local Integrado.
Também procurado, o ministério não respondeu de imediato a pedido de comentário.
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