O Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) pode recorrer à venda ativa de títulos para reduzir seu balanço patrimonial como parte dos planos para combater a inflação persistente, disse um analista do Credit Suisse em relatório.
O balanço do Fed praticamente dobrou de tamanho durante a pandemia para quase 9 trilhões de dólares, conforme o banco comprou títulos para ajudar a manter baixas as taxas de juros de longo prazo e apoiar a economia.
Mas isso levou ao aumento da inflação, alavancagem excessiva e altas avaliações (ou “valuations”, em inglês) em certos segmentos do mercado de ações.
As rodadas anteriores de aperto quantitativo (QT, na sigla em inglês), uma reversão do programa de compra de títulos do banco central, foram lentas, mas desta vez o Fed pode se mover de forma mais agressiva, disse Zoltan Pozsar, analista do Credit Suisse, em relatório do final da semana passada.
“Da última vez, o QT era para ser como ‘ver tinta secar’ – lento e constante … Desta vez, é mais sobre raspar a tinta da parede –o afresco pintado durante os dois primeiros anos da pandemia está ultrapassado”, disse.
A última vez que o banco central embarcou numa redução de seu balanço patrimonial, em 2018, ele fez isso ao permitir que vários títulos vencessem sem que reinvestir os recursos em novos títulos.
Desta vez, “vendas diretas de ativos, se a inflação, exuberância ou uma inversão de curva assim exigirem, não são de todo improváveis”, disse Pozsar.
Investidores têm se concentrado em uma reunião de política monetária do Fed desta semana e procurarão pistas sobre se o banco central acelerará o fim de seu programa de compra de títulos e quando, provavelmente, começará a reduzir o tamanho de seu balanço.
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