A B3 deve acelerar neste ano a oferta de produtos e serviços para criptomoedas, como uma forma de ampliar e diversificar receitas no crescente mercado de moedas virtuais, mas descarta competir com as corretoras do setor para ter investidores finais.
Serviços de liquidação e custódia, além de produtos como opções e contratos de futuros e o registro para negociação de novas cotas de fundos (ETFs) estão na agenda de lançamentos para negócios ligados a criptomoedas entre 2022 e 2023, disse à Reuters o diretor de tecnologia da informação da B3, Jochen Mielke de Lima.
“Mas serão todas iniciativas adjacentes ao negócio principal de prover infraestrutura de negócios”, disse Lima. “Não vamos abrir uma exchange de criptomoedas para disputar investidores”.
As declarações sublinham como, apesar de monitorar o mercado de criptoativos há vários anos, a B3 tem preferido a moderação nas iniciativas no setor. Em 2017, tornou-se, junto com Bradesco e Itaú Unibanco sócia na R3, que lidera um consórcio global de instituições financeiras para desenvolver uma plataforma de blockchain, a tecnologia que dá suporte às criptomoedas.
Em blockchain, a B3 está trabalhando com o IRB Brasil na montagem de uma plataforma de negócios de contratos de resseguros.
No universo cripto, por meio da B3 são negociados uma média diária de 80 milhões de reais nos cinco ETFs de ativos como bitcoin, sendo dois cada de bitcoin e de ethereum, as moedas digitais mais famosas, e outro que replica um índice da Nasdaq que inclui uma cesta de criptoativos.
Com a queda do valor desses ativos nos últimos meses, o valor dos contratos em custódia na B3 caiu de 3,5 bilhões para 2,9 bilhões de reais de novembro para dezembro. No entanto, o volume de investidores seguiu crescendo, chegando a 164 mil investidores no fim de 2021.
“Outros ETFs estão no pipeline para lançamento nos próximos meses”, disse Lima, declinando de dar detalhes sobre quais contratos serão registrados. Há planos também para permitir o registro de contratos de criptoativos para negócios no mercado de balcão, que vão se juntar aos contratos de operações estruturadas (COEs) e de opções.
“Também estamos avaliando possibilidades para intermediação de negócios envolvendo modernização de ativos”, disse Lima, acrescentando que isso pode envolver NFTs (sigla em inglês para (token não fungível), certificados digital de ativos que podem variar desde dinheiro, propriedade até a obras de arte.
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