O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que pode ser hora de mudar a forma como se rastreia a evolução da Covid-19 para, em vez disso, usar um método semelhante à gripe, porque sua letalidade caiu. De acordo com uma reportagem do jornal “El País”, o governo espanhol está cogitando métodos alternativos de monitoramento, embora a Europa enfrente um aumento recorde de infecções.
“Temos condições de abrir gradualmente, com precaução, o debate a nível técnico e europeu, para começar a avaliar a evolução desta doença com parâmetros diferentes dos que temos até agora”, disse Sanchez em entrevista à rádio Cadena SER.
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O governo espanhol considera mudar a forma como acompanha a evolução da pandemia para usar um método semelhante ao da gripe, sem registrar todos os casos e sem testar todas as pessoas que apresentam sintomas, segundo o jornal espanhol “El País”.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), entretanto, disse hoje que ainda faltam estudos que permitam tratar a Covid-19 como uma doença endêmica como a gripe.
Menos restrições na Europa
Governos europeus estão flexibilizando as regras de enfrentamento à Covid-19 para manter hospitais, escolas e serviços de emergência funcionando, conforme a variante Ômicron, muito mais contagiosa porém menos letal, muda a abordagem em relação à pandemia.
O retorno em massa das crianças às escolas após o feriado de Natal é evidência de que poucos desejam ver uma volta ao ensino online que marcou algumas das primeiras ondas de infecção.
A França registrou uma média recorde de quase 270 mil casos por dia e, mesmo assim, aliviou os protocolos de teste para crianças em idade escolar, dizendo que muitas turmas foram fechadas.
Os governos da Europa também impuseram lockdowns severos nas primeiras fases da pandemia – com enormes danos às economias –, mas agora querem evitar isso, sabendo que a Ômicron está colocando muito menos pessoas no hospital, até porque muitas ou a maioria estão vacinadas.
Os países sofrem com a falta imediata de funcionários em serviços essenciais, à medida que a Ômicron impulsiona um aumento nos testes positivos.
Na França, o número de pessoas hospitalizadas com Covid-19 aumentou em 767, o maior salto desde abril de 2021, embora o número total, de 22.749, ainda esteja em torno de dois terços do pico, estabelecido em novembro de 2020.
O Reino Unido começou a usar militares para apoiar o serviço de saúde e alertou sua maior empresa privada de saúde de que poderia ser necessário o repasse de tratamentos, incluindo cirurgias contra o câncer.
A Espanha estava trazendo de volta médicos aposentados. Na Itália, o desafio de quase 13.000 profissionais de saúde ausentes com testes positivos de Covid-19 foi agravado por suspensões por não vacinação.
Reino Unido, Suíça, Espanha e Bélgica reduziram os períodos de quarentena e facilitaram as condições para o retorno dos funcionários ao trabalho.
Isolamento no Brasil
O Ministério da Saúde anunciou ontem (10) a redução de 10 para sete dias do período recomendado de quarentena para pessoas diagnosticadas com Covid-19 que não apresentem sintomas da doença, e o prazo pode ser reduzido para cinco dias caso a pessoa tenha um teste negativo para o coronavírus no quinto dia.
A decisão ocorre após o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos reduzir no final de dezembro o período de isolamento recomendado para pessoas com Covid assintomática. Segundo o CDC, uma revisão de 113 estudos de 17 países mostrou que a maior parte da transmissão ocorre no início do curso da infecção.
A medida tem como objetivo permitir que pessoas que contraíram a Covid-19 possam retornar mais cedo aos postos de trabalho quando não apresentarem sintomas da doença, em meio a uma escassez de mão de obra mediante o avanço da altamente transmissível variante Ômicron do coronavírus.
(Com Reuters)
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