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Stella McCartney anunciou sua saída do conglomerado LVMH após recomprar a totalidade de sua grife, encerrando uma parceria iniciada em 2019. A decisão reflete o desejo da estilista britânica de seguir de forma independente, preservando sua identidade criativa e compromisso com a sustentabilidade.
“Foi um privilégio trabalhar com a LVMH e fortalecer a governança da marca. Agora, sigo meu caminho com total controle da minha empresa”, declarou McCartney em nota oficial.
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A LVMH adquiriu 49% da Stella McCartney em 2019, um ano após a estilista comprar a participação da Kering, sua antiga parceira. O acordo com o grupo de Bernard Arnault tinha como foco expandir a presença da marca no mercado de luxo e reforçar sua estratégia sustentável. Mesmo com a separação, McCartney continuará atuando como embaixadora global de sustentabilidade da LVMH, aconselhando a equipe executiva sobre inovações ambientais.
A saída de McCartney levanta questionamentos sobre o futuro das iniciativas sustentáveis no mercado de luxo. Para Donata Meirelles, diretora geral da ForbesLife Fashion, o movimento da estilista é coerente com sua trajetória.
“A Stella sempre teve seu próprio DNA, sempre visionária sobre a necessidade da sustentabilidade na moda. O trabalho dela é fundamental para o setor como um todo”, avalia Meirelles.
A jornalista e consultora de moda Gloria Kalil destaca que as grandes empresas estão reavaliando suas estratégias. “Os empresários estão aderindo a novas direções antes mesmo de os governos estabelecerem regras mais claras. Um investimento ligado à sustentabilidade, de uma marca menor e mais delicada, pode acabar sendo cortado. O grande dinheiro está indo para outra direção, e isso sempre pesa nas decisões do setor.”
McCartney é reconhecida por sua abordagem pioneira no uso de materiais sustentáveis. Em 2022, lançou a bolsa Frayme Mylo, feita de couro de micélio, uma inovação na moda ecológica. Além disso, recebeu condecoração da rainha Elizabeth II e passou a aconselhar o rei Charles III em pautas ambientais.
Apesar de sua relevância, a marca enfrentou dificuldades financeiras nos últimos anos. Durante a pandemia, registrou perdas superiores a 32 milhões de libras, e, em 2022, suas vendas giraram em torno de 40 milhões de libras. Para reestruturar a empresa, um novo representante, Divesh Makan, assumiu um papel estratégico na gestão.
A saída da estilista ocorre em um momento de revisão das grandes estratégias da LVMH. O grupo divulgará os resultados financeiros do último trimestre de 2024, com expectativa de uma queda de 3% nas vendas, embora tenha registrado 19 bilhões de euros em receitas no terceiro trimestre.
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