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Em 2024, apenas alguns profissionais em determinadas áreas receberam o desejado aumento salarial, enquanto a maioria ficou com a remuneração estável. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Michael Page, que entrevistou 6,8 mil profissionais e empresas do Brasil, entre 12 setores no país, apenas 4 apresentaram maior remuneração na maioria dos cargos.

O agronegócio lidera entre os setores que tiveram mais posições com aumento, com crescimento salarial em 82% dos cargos. Em seguida, estão listados seguros e engenharia, ambos com 70% das posições com aumento, e saúde, com 56%.

Enquanto isso, as demais áreas mantiveram a maior parte dos cargos com remuneração estável. No varejo, 92% das posições apresentaram estabilidade salarial. A tendência foi acompanhada pelos setores de marketing (80%), finanças (79%), vendas (76%), bancário (75%), recursos humanos (70%), logística (60%) e tecnologia (25%).

Cargos com maior aumento salarial

A pesquisa também destacou os cargos que registraram o maior crescimento na remuneração. Os destaques ficaram para as posições de especialista de produto na área da saúde, que teve aumento salarial de 79% em 2024, e para analista de back/middle office sênior no setor bancário, com crescimento de 61,3%.

O estudou analisou a remuneração de 2282 cargos, listados em faixas salariais mensais que variam de acordo com a experiência do profissional (analistas júnior, pleno, sênior, especialista, coordenador, gerente e diretor) e porte da empresa (pequeno, médio ou grande).

Queda de salários

Embora nenhum setor tenha encerrado o ano com queda salarial na maioria dos cargos, algumas áreas se destacaram pela alta porcentagem de posições que sofreram redução na remuneração. Cerca de 25% dos cargos de tecnologia registraram queda salarial em 2024, assim como os setores de saúde e logística, com 18% e 16% de posições com queda, respectivamente.

A diminuição da remuneração pode trazer aspectos negativos para as empresas. Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page no Brasil, destaca a relevância do salário – que se mantém como o principal fator para permanecer em um emprego ou buscar outro – na atração e retenção de profissionais. “Líderes precisam oferecer pacotes robustos que alinhem recompensas financeiras com propósito para conseguir os melhores talentos. A estratégia de remuneração não pode se limitar ao ambiente de trabalho, flexibilidade, propósito e bem-estar.”

Perspectivas para 2025

Neste ano, mais de três em cada dez empresas planejam dar aumento real de salário a seus funcionários, segundo a pesquisa realizada pela Michael Page. A proporção de empresas que planejam aumentar a remuneração dos funcionários em 2025 (38,4%) é superior àquelas que ainda não decidiram sobre o reajuste (31,1%) e àquelas que não têm intenção de alterar os salários (30,4%).

Os valores dos aumentos planejados pelas companhias variam. Cerca de 22,8% das organizações vão melhorar a remuneração dos seus atuais colaboradores em 5% a 6%. Apenas 10,3% planejam um crescimento de 9 a 10% nos salários, e 5,9%, um aumento de 10% a 15%.

Os aumentos mais expressivos correspondem aos setores mais aquecidos do mercado, como automotivo, infraestrutura, construção e agronegócio. “Esses segmentos têm puxado os aumentos salariais. Empresas com RH forte e estruturado já estão em ação para conseguirem se manter competitivas”, afirma  Stephano Dedini, diretor da Michael Page.

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