O Ibovespa fechou hoje (10) em queda de 0,75%, a 101.945 pontos, reagindo às expectativas de elevação de juros nos Estados Unidos nos próximos meses. Bancos norte-americanos esperam que o primeiro aumento ocorra já em março, impulsionando os rendimentos dos títulos do Tesouro do país.
“As empresas que são sensíveis à curva de juros estão caindo. Olhando o varejo agora, temos o Magazine Luiza (MGLU3) recuando [mais de 7%], enquanto, dentre as construtoras, a Eztec (EZTC3) cai quase 2%”, comenta Antonio Carlos Pedrolin, líder da mesa de renda variável da Blue3.
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Por outro lado, os destaques positivos da sessão incluíram os papéis da Usiminas (USIM5), Fleury (FLRY3) e CSN (CSNA3), que registraram avanços de 4,77%, 3,74% e 3,32%, respectivamente. As mineradoras subiram apesar de terem anunciado paralisação de suas operações em Minas Gerais por conta de chuvas intensas na região.
O Boletim Focus desta semana, produzido pelo Banco Central, mostrou elevação na estimativa para a taxa Selic em 2022, de 11,50% para 11,75%, enquanto a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil caiu de 0,36% para 0,28%.
Em Wall Street, os índices também encerraram o dia em queda. O Dow Jones caiu 0,45%, a 36.068 pontos; o S&P 500 recuou 0,14%, a 4.670 pontos; e o Nasdaq subiu 0,05%, a 14.942 pontos.
Sobre o reajuste dos juros nos EUA, o presidente executivo do JPMorgan Chase & Co, Jamie Dimon, disse em entrevista que espera mais do que quatro aumentos em 2022. “É possível que a inflação esteja pior do que as pessoas pensam. Eu, pessoalmente, ficaria surpreso se fossem apenas quatro aumentos neste ano. Quatro seriam muito fáceis para a economia absorver”, afirmou à CNBC.
Ações de grandes empresas de tecnologia recuaram em meio às expectativas de uma política monetária mais austera. Empresas de megacapitalização, como Microsoft (MSFT) e Meta Platforms (FB), caíram 0,69% e 1,12%, respectivamente.
O dólar fechou em alta de 0,74%, negociado a R$ 5,6742 na venda, em uma sessão amplamente negativa para os ativos considerados mais arriscados, diante de receios cada vez maiores sobre os potenciais impactos dos juros norte-americanos. “Mantemos viés positivo para o dólar”, disseram economistas do Citi em nota. (Com Reuters)
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