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Gosto de começar o ano fazendo uma retrospectiva do que me marcou nos últimos 12 meses. E só por isso já me sinto meio fora de moda, já que as pessoas estão mesmo é interessadas nas tendências e no que está por vir. Mas por mais que a agenda esteja mirando para onde se pretende chegar, a realidade é imperativa e, por vezes, nos atropela, tomando um espaço inesperado no dia a dia e interferindo nas prioridades e escolhas.
Por aqui, escrevo sobre os temas que tangenciam a gestão salarial e que me tocam durante as interações com os mais diferentes perfis de empresas e também pelas pautas de maior interesse na mídia. E assim, considerando minhas vivências ao longo do ano que se encerrou, tenho minhas apostas quanto ao que deve ser destaque na pauta dos gestores de RH e de remuneração em 2025.
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IA
Apesar de eu acreditar que muito do que se tem chamado de “inteligência artificial” já seja uma prática há muitos anos presente em várias empresas, de fato a tomada de decisão baseada em dados e análises preditivas vai continuar avançando como ferramenta de gestão de pessoas. A velha máxima de que “quem não mede, não gere” ganha cada vez mais relevância quando a transparência passa a ser uma exigência. As decisões arbitrárias perdem lugar e a coerência e a capacidade de sustentar as ações relacionadas à carreira e ao reconhecimento dos profissionais se tornam cada vez mais importantes.
Diversidade e Inclusão
Em todas as oportunidades que tive de lecionar ou palestrar sobre remuneração para profissionais que não atuavam em RH, fui questionada sobre esse tema. É justo premiar somente pessoas que se destacam quando os profissionais partem de lugares tão diferentes socialmente? É certo afirmar que as empresas estão com uma agenda mais ativa na busca por equilibrar a remuneração e os cargos de liderança entre homens e mulheres?
Apesar de não ser uma realidade para todas as organizações, eu realmente tenho visto um esforço grande dos RHs em criar programas que busquem diminuir o gap entre os profissionais, o que ajudaria a nivelar as condições de performance. Mas pode ser que realmente o tempo de desenvolvimento e a curva de ascensão não sejam os mesmos para todos, então não basta ter ações isoladas. Serão necessários programas robustos, acompanhamento constante e muita comunicação para que uma evolução expressiva seja realmente percebida.
Benefícios
Flexibilizar o pacote de benefícios oferecido aos funcionários não é um movimento simples, mas será cada vez mais necessário. É importante estudar o que cada perfil de profissional realmente valoriza para conseguir entregar uma oferta de valor que cumpra a função de atrair, engajar e reter os diferentes públicos. E incluir ações que ajudem a equilibrar melhor a relação vida-trabalho neste pacote será um grande diferencial competitivo.
Incentivo de longo prazo
Apesar de termos profissionais cada vez mais imediatistas e menos dispostos a permanecer por muito tempo em uma só empresa, esse tipo de ferramenta continua sendo uma grande integradora de interesses entre os acionistas e os profissionais, especialmente em cargos de liderança. Com a definição do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) de que os planos de Stock Options possuem efetivamente caráter mercantil e não remuneratório, o custo desse tipo de programa cai substancialmente e ele passa a ser uma alternativa bastante relevante e sustentável na composição das ferramentas de remuneração.
Governança
Tenho acompanhado com entusiasmo o fortalecimento das práticas de governança nas empresas que atendo como consultora ou onde atuo como membro de comitê. Escândalos relativos a gestões fraudulentas dos resultados, busca por maior eficiência, redução de risco, maior credibilidade e alinhamento com boas práticas de mercado devem continuar impulsionando essas instâncias. Os Comitês de Pessoas e Remuneração, em particular, são fundamentais para garantir que haja assertividade na gestão salarial e conexão entre resultados e recompensas.
No final do ano, veremos se minha bola de cristal estava bem calibrada ou se novas trends viralizam nas redes e redirecionam o foco dos negócios. Que 2025 venha com todas as suas surpresas!
*Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.
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