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Após cinco anos de planejamento e construção, a Woven City, cidade futurista idealizada pela Toyota, está pronta para receber os primeiros moradores. O anúncio foi feito pelo presidente da montadora, Akio Toyoda, durante a CES 2025.
O objetivo da companhia com o projeto é testar novas tecnologias, por isso, a cidade é apelidada de “laboratório” da mobilidade. “Por outro lado, pode ser uma tentativa drástica de respostas sobre onde inovar e alocar mais recursos diante da crescente incerteza na indústria automobilística”, explica Leandro Guissoni, professor do departamento de mercadologia da FGV.
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Segundo o especialista, não há convergência de opiniões entre empreendedores e executivos do mercado de mobilidade global sobre o futuro do setor. Por isso, a Woven City pode “gerar na Toyota uma mudança mais radical de modelo de negócios”.
A companhia afirma que a população da cidade-laboratório chegará a 2.000 pessoas, incluindo funcionários e suas famílias, aposentados, lojistas, cientistas, parceiros da indústria, empreendedores e acadêmicos. O presidente fez questão de mencionar que até “pets” serão bem-vindos.
Veja imagens divulgadas pela Toyota:
As pesquisas na Woven City serão concentradas em quatro áreas:
Pessoas: desenvolvimento de dispositivos de mobilidade individual, como cadeiras de rodas, drones que acompanham os residentes até suas casas e robôs de estimação interativos para idosos.
Bens: testes com plataformas automatizadas de entrega de mercadorias, como o e-Palette.
Informações: experimentos com tecnologias de comunicação remota de última geração.
Energia: aplicações de energias renováveis, como solar e eólica.
Para a criação de ferramentas aplicáveis no cotidiano, a cidade incentivará a co-criação com os seus residentes, chamados de “Weavers”. Os moradores podem usar e interagir com os novos produtos e serviços e fornecer suas opiniões em tempo real aos desenvolvedores.
No entanto, Guissoni afirma que “ainda é cedo para definir a cidade como uma forma eficiente de testar novas tecnologias”. O especialista diz que os vieses da população e do país podem gerar choques futuros. “Inovações originadas na Woven City não vão, necessariamente, funcionar de maneira generalizada e em larga escala.”
Além disso, “existe o risco da montadora perder sua posição financeira e de mercado enquanto busca conciliar o presente, ou seja, seu modelo de negócio atual e competidores atuais, com as competências que tentará desenvolver e futuramente poderão (ou não) gerar retorno para ela competir em um ambiente transformado e ainda incerto”, comenta Leandro. “Na minha análise sobre o setor, vejo que há ainda muita oportunidade de inovação para ser feita no presente”, finaliza.
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