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Criado em maio de 2024 pelo pesquisador australiano Mark McCrindle , o termo Geração Beta ganhou grande repercussão no início de 2025. O grupo etário reúne aqueles nascidos de 2025 a 2039 e classifica um novo recorte geracional marcado pela interação total com a inteligência artificial.
“Crescendo nesse ambiente, essa será a primeira geração a ser criada não apenas por pais informados por IA, mas também educada por professores assistidos por IA e equipada para trabalhar na economia global do conhecimento híbrida com IA”, explica McCrindle que, em entrevista exclusiva à Forbes Brasil, detalha outros aspectos comportamentais importantes dessa geração.
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Forbes Brasil – Qual é o desafio de mapear uma nova geração?
Mark McCrindle – Embora não seja possível prever com precisão como será uma nova geração, é possível analisar os tempos que a estão moldando, as características dos pais que a estão criando e os desafios globais que enfrentarão. Certamente é importante entender essa geração emergente, que é composta por cerca de 2,6 milhões de nascimentos globalmente a cada semana e, até o final de 2039, quando estiver completa, totalizará pouco mais de 2 bilhões de pessoas. A maioria deles viverá no século 22 e será fundamental para moldar a segunda metade do século 21.
FB – O que mais te chama atenção desse grupo?
Mark – Crescer globalmente conectado, tecnologicamente abastecido, como a geração mais formalmente educada da história e com a maior expectativa de vida de qualquer geração viva hoje proporcionará muitas oportunidades para administrar. Embora esses tempos de conexão digital, mobilidade de estilo de vida e influência social nos afetem a todos, a idade em que somos expostos a uma nova tecnologia ou evento transformador determina o quão profundamente isso será incorporado em nossa psique e em nosso estilo de vida.
FB – A Geração Beta seria um espelho, um reflexo da Geração Alpha, ou seja, elas são muito semelhantes?
Mark – Para a Geração Beta, os mundos digital e físico serão cada vez mais integrados e a integração da inteligência humana e artificial será cada vez mais normativa. A Geração Alpha experimentou a ascensão da tecnologia inteligente e da inteligência artificial à medida que entraram na adolescência, mas a Geração Beta só conhecerá um mundo onde a IA e a automação estão totalmente integradas na vida cotidiana – desde a educação e os locais de trabalho até a saúde e o entretenimento.
FB – Qual outra diferença dessa geração que você destacaria?
Mark – Outra diferença entre essas duas gerações são as perspectivas dos pais. Os pais da Geração Alpha são os Millennials, também conhecidos como Geração Y, que têm aceitado mais a tecnologia digital na criação de seus filhos. No entanto, os novos pais, da Geração Z, como a primeira geração a crescer digitalmente, não são encantados pela novidade da tecnologia, tendo experimentado os lados negativos dos dispositivos e das redes sociais. Do ponto de vista dos pais, eles são mais céticos em relação à tecnologia do que otimistas.
FB – O fato de ser uma geração nascida em um mundo orientado pela inteligência artificial muda muito os perfis?
Mark – Sim, a Geração Beta provavelmente será a primeira geração a experimentar transporte autônomo em larga escala, tecnologias de saúde vestíveis e ambientes virtuais imersivos como aspectos padrão da vida diária. Veremos seus provedores de educação incorporarem essas tecnologias de maneira robusta, mas com um foco mais intencional em também moldar habilidades interpessoais, habilidades de vida, comunicação e formação de caráter usando métodos offline e aprendizado tradicional em uma era sempre conectada.
FB – Você pode descrever com mais detalhes como a IA influencia a Geração Beta?
Mark – A casa da família será integrada com IA, desde eletrodomésticos inteligentes até comunicações familiares e monitoramento. A IA guiará as decisões dos pais em todas as áreas, desde a escola e o aprendizado até diagnósticos de saúde e suporte, gerenciamento de inventário de mantimentos e compras e pedidos. Crescendo nesse ambiente, essa será a primeira geração a ser criada não apenas por pais informados por IA, mas também educada por professores assistidos por IA e equipada para trabalhar na economia global do conhecimento híbrida com IA.
FB – Você pode dar uma ideia de como o perfil de uma geração pode mudar de acordo com as regiões, por exemplo, se considerar as realidades de países como Brasil e Austrália em comparação com os Estados Unidos?
Mark – A Geração Beta está surgindo em uma era única de grandes promessas e desafios crescentes. Eles estão nascendo em um momento que verá o pico de nascimentos globais se estabilizar e começar a declinar. Tanto que a Geração Beta (2025-2039), com 2,0 bilhões, será ligeiramente menor que a Geração Alpha (2010-2024), com 2,1 bilhões. Essa nova geração também verá em sua vida a população global ultrapassar 10 bilhões de pessoas, acima dos 8,2 bilhões de hoje, e depois se estabilizar. Eles serão a geração a gerenciar os paradoxos da sustentabilidade para uma população crescente, mas se preparando para a estagnação populacional; nascimentos anuais massivos em meio a uma trajetória de envelhecimento; o desafio econômico da contração populacional em algumas regiões em meio a tendências globais de imigração; e uma economia de conhecimento de IA e criptografia em meio à demanda recorde por manufatura, produção agrícola e construção e infraestrutura.
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O post “Geração Beta Será a Primeira a Presenciar IA em Todas Áreas da Vida”, Diz Criador do Termo apareceu primeiro em Forbes Brasil.