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A cada ano, mais profissionais da Geração Z ingressam no mercado de trabalho em todo o mundo. Segundo relatório da consultoria McKinsey, em 2025 eles já representariam 1/4 da força de trabalho global. Em mais cinco anos, devem chegar a 30%.
O que significa que se a sua empresa ainda não desenvolveu um plano para atrair, engajar e reter essa nova geração, agora é o momento.
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Embora a Geração Z tenha características únicas, muitas vezes é chamada de “Geração Benchmark” (ou “Geração Referência”), pois reflete o que todos os profissionais desejam no trabalho. O que os diferencia é a disposição em exigir que suas demandas sejam atendidas.
“Os profissionais da Geração Z estão transformando o ambiente de trabalho de maneira profunda, trazendo novas perspectivas e valores que impactam significativamente as empresas e o engajamento dos colaboradores,” afirma Megan Ackerson, diretora de RH da empresa global de tecnologia Xactly. “Como os mais novos integrantes do mercado, suas ideias e expectativas levam os líderes empresariais a repensarem práticas tradicionais, a cultura organizacional e até mesmo a definição de produtividade.”
A executiva de RH ajuda a identificar três grandes prioridades que a Geração Z leva para o ambiente de trabalho e como essas questões podem aparecer ao longo deste ano.
O que a Geração Z quer no ambiente de trabalho
1. Transparência
A linguagem corporativa tradicional está perdendo espaço com a Geração Z, e por boas razões.
“Em pouco tempo, essa geração vivenciou uma pandemia, crises financeiras, instabilidade política, perda de empregos e um aumento no número de divórcios entre seus pais”, diz Ackerson. “Combinando tudo isso com a democratização do acesso à informação em tempo real, a Geração Z exige não apenas transparência e comunicação rápida dos líderes, mas também que suas vozes sejam consideradas na tomada de decisões.”
A executiva destaca que a transparência está alinhada aos valores dessa geração, como autenticidade, responsabilidade social e justiça. “Eles querem ser parte da conversa e gerar impacto, valorizam a diversidade de opiniões e contribuições. Cresceram com acesso ilimitado aos dados e esperam clareza e honestidade, já que podem facilmente pesquisar e verificar informações.”
Empresas que adotam uma abordagem transparente não apenas melhoram sua reputação, mas também criam conexões mais profundas com essa geração. “As pessoas querem trabalhar para marcas que refletem seus valores.”
2. Saúde mental como prioridade
A Geração Z dá grande importância ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal e à saúde mental. Segundo a executiva de RH, a integração entre trabalho e vida pessoal se tornou um tema indispensável no ambiente corporativo.
“Eles defendem vocalmente o próprio bem-estar e esperam que os empregadores apoiem sua saúde física e mental,” afirma. “Isso está levando muitas empresas a reinventarem programas de bem-estar e a oferecerem modelos de trabalho flexíveis.”
A maioria dos candidatos a vagas de emprego considera benefícios de saúde mental importantes ao avaliar uma oferta de trabalho. Isso em um cenário em que, no Brasil, 30% dos profissionais sofrem com burnout, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho.
Esses dados reforçam a necessidade de ações por parte das empresas e da liderança para promover equilíbrio, flexibilidade e espaços seguros para que os colaboradores expressem suas preocupações.
Essa não é apenas uma questão ética, mas uma estratégia para melhorar a colaboração e produtividade.
3. Mais e mais tecnologia
A Geração Z está assumindo um papel de liderança na adoção de tecnologias no ambiente de trabalho.
“Eles cresceram na era digital e veem a tecnologia como uma parte essencial de suas vidas,” afirma Ackerson. “Sua familiaridade com ferramentas digitais estabelece novos padrões de eficiência e comunicação no trabalho.”
Essa tendência continuará a crescer em 2025, com a adoção de soluções tecnológicas, ferramentas de comunicação remota e softwares de gestão impulsionados pelo conforto da Geração Z com o digital.
“Como líderes, cabe a nós adotar tecnologias que façam sentido para nossos negócios, aproveitando os insights dessa geração para impulsionar melhorias,” conclui Ackerson.
O futuro da Geração Z no trabalho
A executiva também prevê mudanças mais amplas influenciadas pela Geração Z. “Eles estão demonstrando menos interesse em casamentos tradicionais e em ter filhos, o que pode impactar as relações familiares e, consequentemente, o que esperam dar e receber no trabalho.”
Isso pode significar menor fidelidade a empregos ou empresas que não estejam alinhados aos seus valores ou que não promovam equilíbrio entre vida pessoal e profissional. No Brasil, essa geração se demite a nível recorde, seja para mudar de carreira ou empreender.
Para os líderes, a escolha é clara: ou se antecipam e reimaginam o futuro ao lado dessa geração, ou correm para se adaptar quando a mudança se tornar inevitável.
Embora a Geração Z ainda esteja amadurecendo e entendendo como funcionam as dinâmicas corporativas, ignorar suas prioridades seria um erro estratégico. Ao ouvir e atender suas demandas, as empresas podem desbloquear um enorme potencial – não apenas para 2025, mas também para os anos que virão.
*Mark C. Perna é colaborador da Forbes USA. Ele é o fundador de uma empresa de consultoria corporativa e escreve sobre a transformação geracional do mercado de trabalho.
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