IPCA-15 Sobe Menos Que o Esperado em Dezembro Mas Fecha Ano com Alta de Quase 5%

  • Autor do post:
  • Tempo de leitura:6 minutos de leitura

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A alta do IPCA-15 desacelerou em dezembro e ficou abaixo do esperado, mas ainda assim indicou que a inflação no Brasil deve encerrar 2024 perto de 5%, superando o teto da meta em meio a um ciclo agressivo de aperto monetário pelo Banco Central.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,34% em dezembro, depois de avançar 0,62% em novembro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Leia também

Forbes Money

O Que Nos Reserva a Bolsa Brasileira em 2025?

Forbes Money

AGU Pede Explicações Ao Banco Central sobre Cotação do Dólar Errada no Google

Forbes Money

10 Tendências de Investimentos nos EUA para 2025

Isso levou a taxa acumulada no ano a 4,71%, o que supera o teto da meta, que é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. O resultado foi muito próximo do de 2023, quando o IPCA-15 subiu 4,72%.

As leituras, no entanto, ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de altas de 0,45% e 4,82% respectivamente no mês e em 12 meses.

Se confirmado o dado do IPCA em 12 meses fora da faixa visada, o Banco Central terá que explicar ao governo os motivos de o objetivo não ter sido cumprido.

Será a oitava vez que tal explicação será necessária desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999. O IBGE divulga o dado cheio do IPCA para 2024 em 10 de janeiro.

A partir de 2025 será adotada uma meta contínua de inflação, prevendo que o Banco Central deverá se explicar ao governo se o alvo for descumprido por seis meses consecutivos.

“O IPCA-15 de dezembro não muda nossa opinião de que a perspectiva de inflação é bastante desafiadora. Todos os principais indicadores sensíveis à política monetária estão bem acima da meta de 3,0%. Para 2025, nossa previsão de 5,2% possui claro viés de alta, refletindo especialmente a depreciação da taxa de câmbio”, disse Alexandre Maluf, economista da XP.

Alimentos pesam

O IBGE destacou que o maior impacto tanto em dezembro quanto em 2024 foi exercido por Alimentação e Bebidas. No mês os preços do grupo avançaram 1,47%, acumulando no ano alta de 8,0%.

A alimentação no domicílio subiu 1,56% em dezembro, impactada pelos aumentos do óleo de soja (9,21%), da alcatra (9,02%), do contrafilé (8,33%) e da carne de porco (8,14%). Houve recuos nos preços de batata-inglesa (-9,85%), tomate (-6,71%) e leite longa vida (-2,42%).

Também se destacaram em dezembro os avanços de 1,36% de Despesas pessoais e de 0,46% em Transportes. Em 2024, esses grupos tiveram respectivamente avanços de 5,12% e 2,32% segundo o IPCA-15.

Em Despesas pessoais, a alta de 12,78% do cigarro impactou o resultado do mês, como consequência do aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Já nos Transportes, a passagem aérea subiu 4,43% em dezembro, enquanto os combustíveis avançaram 0,09%.

Habitação, por sua vez, teve deflação de 1,32% em dezembro com a queda de 5,72% da energia elétrica residencial diante da bandeira tarifária verde. No ano, entretanto, o grupo registrou alta de 3,44%.

O segundo maior impacto do ano de 2024 foi de Saúde e cuidados pessoais, com alta acumulada de 6,03% embora tenha recuado 0,05% em dezembro.

Com a inflação e a desancoragem das expectativas como importante ponto de preocupação, o Banco Central acelerou em dezembro o ritmo de aperto nos juros e elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano.

Para além disso, surpreendeu ao prever mais duas altas da mesma magnitude à frente, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo.

“Os dados divulgados hoje reforçam nossa visão de que a Selic chegará a 15% em junho de 2025, patamar que deve ser mantido até o final de 2026. Não descartamos uma elevação dos juros ainda maior. Na nossa visão, a recente depreciação do câmbio e a contínua elevação das expectativas de inflação podem resultar em um aperto monetário mais forte”, afirmou Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

A decisão de promover o aperto mais agressivo nos juros básicos do país em mais de dois anos, já apontando para novas elevações de mesma intensidade, ocorreu na última reunião do Copom do ano e a derradeira com Roberto Campos Neto no comando da instituição.

Escolhas do editor

Escolhas do editor

Como é Calculado o Prêmio da Mega da Virada?

Escolhas do editor

Segunda temporada de ‘Round 6’ estreia com críticas piores que a primeira

Escolhas do editor

Quanto Custa Viver Como Um Super-rico? Ser Bilionário Nunca Foi Tão Caro

 

O post IPCA-15 Sobe Menos Que o Esperado em Dezembro Mas Fecha Ano com Alta de Quase 5% apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Deixe um comentário