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Promover a equidade racial não é apenas uma questão de justiça social, mas também fator estratégico para o crescimento econômico, a competitividade e a diferenciação empresarial.
Em um mundo de mercados globalizados, diversificar talentos e incluir grupos é essencial para a inovação e a prosperidade. Nesse contexto, hoje quero falar da Paula Moreno, mulher que emerge como exemplo e referência de como iniciativas focadas na inclusão podem impulsionar resultados econômicos positivos.
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Paula é ex-ministra da Cultura da Colômbia e primeira mulher negra a liderar um ministério no país, reconhecida internacionalmente por sua liderança e impacto. Além de ter sido destacada pela Forbes como uma das 100 mulheres mais poderosas do mundo, ela lidera iniciativas na área da tecnologia como o Naidí Girls, primeiro programa de formação em STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) para meninas e jovens afrodescendentes em Medellín.
Em um setor em que a escassez de profissionais qualificados é um desafio global, essa iniciativa prepara jovens para carreiras de alta demanda, contribuindo diretamente para a inovação e o desenvolvimento econômico.
Ela também fundou em 2010 o Mano Visibles, ecossistema de inovação que alia diversidade étnica e territorial à promoção do desenvolvimento econômico, por meio da inclusão de jovens cineastas, artistas e produtores na indústria cultural. Os projetos também conectam empresas de diferentes áreas a talentos negros e indígenas, criando oportunidades de mobilidade através do trabalho que beneficia tanto indivíduos quanto organizações, reforçando o valor estratégico da diversidade corporativa.
Como Ministra da Cultura da Colômbia entre 2007 e 2010, Paula Moreno implementou políticas e iniciativas que fortaleceram a diversidade cultural do país e promoveram a cultura como ferramenta de desenvolvimento social e econômico. Sob sua liderança, tradições afrodescendentes e indígenas foram celebradas e protegidas, com algumas delas reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Ela também investiu na infraestrutura cultural, criando e melhorando bibliotecas e centros culturais, além de fomentar a economia criativa, destacando setores como cinema, música e design como motores de crescimento. Sua gestão focou em fazer da cultura uma plataforma inclusiva, proporcionando oportunidades para populações marginalizadas, especialmente por meio de programas voltados à juventude e à educação.
De onde acompanho, digo com segurança que tudo o que ela faz cria ambientes mais competitivos, sustentáveis e lucrativos para as comunidades e as empresas envolvidas, uma verdadeira líder e estrategista visionária, que entende que não há desenvolvimento econômico sem compartilhamento de riqueza.
Sua trajetória na Colômbia é um convite para que empresas e governos, sobretudo latinoamericanos, enxerguem, a partir de evidências, o potencial transformador concreto da inclusão. Corram para acompanhá-la!
*Adriana Barbosa é diretora executiva da PretaHub e fundadora do Festival Feira Preta, maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina. Foi reconhecida como a primeira mulher negra entre os Inovadores Sociais do Mundo em 2020 pelo Fórum Econômico Mundial e passou a integrar o time de empreendedores sociais da Rede Schwab.
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