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Oferecer banhos de gelo gratuitos pode ser o mais novo benefício opcional para atrair funcionários a passar mais tempo no local de trabalho? Essa pode ser mais uma ferramenta de bem-estar para empregadores considerarem.
Como sociedade, ainda estamos lidando com o estresse deixado pela pandemia, segundo o relatório mais recente da American Psychological Association sobre Estresse na América. Além disso, a crise do custo de vida e a transformação digital estão redefinindo nossas expectativas em relação ao ambiente de trabalho.
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Há vários jeitos de lidar com a conjectura atual. A pequena cidade de Baden-Baden, por exemplo, mantém uma conexão com os tempos romanos, com ruínas de banhos datados do século II d.C. O uso de terapia com água quente e fria para cura e relaxamento remonta a milhares de anos, passando por práticas indígenas nos Estados Unidos, banhos romanos e rituais de purificação japoneses.
No entanto, há um ritual que levou séculos para chegar ao país: banhos de gelo, mergulhos em água fria, crioterapia. Não se trata do Coney Island Polar Bear Club (onde é possível mergulhar em águas geladas em Nova York durante todo o ano, caso o desafio seja suportado). Tribos indígenas norte-americanas utilizam a imersão em água fria em cerimônias de purificação, enquanto nações nórdicas alternam banhos frios com saunas. O Japão também adota a prática, com um ritual Shinto bem estabelecido envolvendo purificação com água fria.
Um atleta holandês, Wim Hof, conhecido como ‘O Homem de Gelo’, ajudou a popularizar o advento moderno dos banhos de gelo. O método multidisciplinar de Hof inclui exercícios respiratórios e exposição ao frio para aumentar a capacidade de lidar com temperaturas extremas. No entanto, um estudo randomizado com 42 participantes constatou que essa abordagem não resultou em efeitos positivos nos parâmetros cardíacos ou psicológicos testados. Mas isso foi apenas um estudo – o que dizem as pesquisas mais amplas?
O que há nos banhos de gelo?
A ferramenta acadêmica alimentada por IA, Consensus, resumiu estudos indicando que 80% deles apoiam os benefícios dos banhos de gelo. No entanto, essa prática não é para todos e pode haver desvantagens.
A imersão em água fria tem sido associada a diversos benefícios, como redução da inflamação, recuperação física mais rápida e maior clareza mental e resiliência. Alguns estudos também sugerem que ela pode ajudar na melhora do humor e no alívio do estresse.
Porém, não se trata de uma solução imediata. A ciência aponta para a necessidade de imersões regulares para obter os benefícios de forma consistente – desde que autorizado por um médico. De acordo com as pesquisas, o tempo ideal parece ser 15 minutos em água a 15°C.
Um mercado de bem-estar em ascensão
Segundo a Persistence Market Research, o mercado global de banhos de gelo deve alcançar meio bilhão de dólares (R$ 3 bilhões) até 2030. A expectativa é que a América do Norte lidere esse mercado, impulsionada pela cultura de bem-estar robusta da região, maior conscientização sobre práticas alternativas de saúde e conhecimento sobre fitness e recuperação.
Minha experiência pessoal com banhos de gelo começou durante um retiro de bem-estar masculino no Havaí. Guiado por praticantes experientes, foi possível aprender técnicas para lidar com o intenso frio e descobrir a clareza e resiliência proporcionadas pela prática. Essa introdução despertou curiosidade sobre como a imersão em água fria pode transcender o bem-estar pessoal e se tornar uma ferramenta valiosa no ambiente corporativo.
A terapia de imersão em água fria está ganhando popularidade tanto no bem-estar pessoal quanto no corporativo. A Ice Barrel, sediada em Ohio (EUA), destaca como os banhos de gelo promovem trabalho em equipe e fortalecem a cultura organizacional, segundo o fundador Wyatt Ewing.
Nos Estados Unidos, os entusiastas dos banhos de gelo agora têm várias opções para instalar a prática em casa, demonstrando como ela se tornou popular. Incorporar a imersão em água fria nos programas de bem-estar corporativo pode abrir novas formas de incentivar a união de equipes e construir resiliência. Algumas empresas, por exemplo, estão introduzindo sessões guiadas de imersão como parte de suas iniciativas de bem-estar.
Os banhos de gelo unem equipes de forma única, promovendo camaradagem e construindo conexões mais fortes por meio de experiências compartilhadas. Combinar esses rituais com atividades de bem-estar pode elevar o moral e a clareza mental, proporcionando às equipes um senso de realização compartilhado, criando um ambiente profissional mais positivo.
Banheiras de imersão estão presentes em academias, clínicas de bem-estar, sessões de integração de equipes, eventos de networking, encontros industriais e outros eventos corporativos.
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