A Argentina é o segundo exportador mundial de milho e até recentemente as condições climáticas acompanhavam o cultivo, permitindo à bolsa estimar uma produção histórica do cereal, apesar da presença do fenômeno climático La Niña, que traz um clima mais seco ao núcleo agrícola da Argentina.
No entanto, as chuvas que vinham acompanhando o milho pararam de cair a partir da segunda quinzena de dezembro, época em que também começaram a se registrar temperaturas muito altas, com a transição para o verão meridional em 21 de dezembro.
“Parece que o La Niña finalmente chegou ao fim do ano, quando o milho (precoce) está em estágios fundamentais” de desenvolvimento, disse Esteban Copati, chefe doDepartamento de Estimativas Agropecuárias da bolsa, destacando que há mais de um milhão de hectares atualmente em estágios fundamentais de desenvolvimento sob condições quentes e sem água.
“Há o risco de termos que cortar nossa projeção para a produção de milho“, acrescentou Copati.
Até a semana passada, os produtores argentinos haviam plantado 70,7% dos 7,3 milhõesde hectares previstos para a atual campanha, segundo a Bolsa.
As preocupações com o milho, safra mais importante da Argentina em volume, também ressoam na Bolsa de Rosário (BCR), que também alertou para as consequências do calor eda seca.
“Na orla oriental do país já estão confirmados perdas de lotes e prejuízos na produção que variam de 20% a 40%”, detalhou em relatório a entidade, cuja previsão de safra está atualmente entre 55 milhões e 56 milhões de toneladas e que prevê chuvas expressivas apenas para a segunda quinzena de janeiro.
No entanto, Copati explicou que ainda há muito o que se ver na campanha de 2021/22, que ainda carece do desenvolvimento e crescimento do trigo de semeadura tardia, que entra em estágios fundamentais de crescimento a partir da segunda quinzena de fevereiro e março.
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