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As vendas de café da safra 2024/25 do Brasil atingiram 70% do total colhido neste ano, avanço de oito pontos percentuais na comparação com levantamento divulgado no mês anterior, com produtores mantendo negociações nos momentos de altas nos preços, apontou nesta segunda-feira a Safras & Mercado.
Segundo a consultoria, o fluxo de vendas continua “acelerado” em relação ao mesmo período do ano passado, quando os produtores tinham comercializado 64% da safra. O ritmo também supera ligeiramente a média dos últimos cinco anos para o período (67%).
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A estratégia dos cafeicultores brasileiros tem sido dosar as vendas, escalonando as posições e aproveitando a curva de alta nos preços, o que tem gerado “bons resultados financeiros”, avaliou o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach.
Em meio a vendas acima de média, as exportações de café do Brasil, maior produtor e exportador mundial, atingiram um recorde histórico em outubro, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
“É verdade que, nos últimos meses, houve um avanço no volume das vendas, devido à necessidade de caixa dos produtores para cobrir despesas de colheita… No entanto, o principal gatilho de estímulo ao produtor foi aproveitar o preço alto praticado no mercado físico interno, por conta do preço internacional valorizado e do dólar alto”, disse Barabach, em nota.
Ele comentou ainda que o retorno das chuvas e as “floradas vistosas” para a safra 2025/25 também influenciaram na decisão de venda.
As vendas de café arábica ganharam destaque no último mês, alcançando 67% da produção, superando tanto o mesmo período do ano anterior (60%) quanto a média de vendas dos últimos cinco anos, que gira em torno de 64%.
Por outro lado, após um bom fluxo de vendas, a Safras observou uma menor presença de vendedores no mercado. “A valorização externa, as dúvidas em relação à economia e o dólar e a incerteza sobre a safra futura de café no Brasil estão balizando essa postura mais cautelosa dos produtores”, disse.
A comercialização de café canéfora (conilon/robusta) 2024/25 do Brasil, embora com fluxo de vendas mais lento que o arábica nesse momento do ano, “também apresenta um bom ritmo”, alcançando 76% da produção estimada, com um aumento mensal de seis pontos percentuais.
2025/26
As dúvidas sobre o potencial produtivo da próxima safra brasileira, juntamente com a alta dos preços, explicam uma atitude mais cautelosa dos produtores para a próxima safra.
A previsão inicial da consultoria é de que a comercialização antecipada para 2025/26 do Brasil gire em torno de 11% do potencial produtivo, com as negociações de arábica alcançando 16% da próxima safra.
As fixações do arábica estão abaixo do mesmo período do ano passado, quando correspondiam a cerca de 25% da produção, e abaixo da média dos últimos três anos (2021-2023), que foi de aproximadamente 21% do potencial produtivo.
Em nota, a Safras não indicou um volume para a próxima safra.
Já a consultoria StoneX projetou na última quinta-feira a safra de café do Brasil 2025/26, que será colhida no ano que vem, em 65,6 milhões de sacas de 60 kg, queda de 0,4% na comparação com o ciclo anterior.
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