O Ibovespa fechou hoje (3) em baixa de 0,86%, a 103.921 pontos, descolando dos mercados internacionais. O movimento surgiu com a queda de ações ligadas aos setores de varejo, tecnologia e imobiliário, que reagiram à piora das expectativas sobre o cenário macroeconômico do país.
No Boletim Focus divulgado nesta manhã, economistas pioraram a perspectiva da inflação de 2023, de 3,38% para 3,41%, e do PIB (Produto Interno Bruto) de 2022, de 0,42% para 0,36%. Cyrela (CYRE3), Alpargatas (ALPA4) e Magazine Luiza (MGLU3) foram os principais destaques negativos da sessão, registrando quedas de 7,98%, 7,00% e 6,93%, respectivamente.
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Preocupações com o cenário fiscal doméstico também voltaram a pressionar o índice, após o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, defender a revisão do teto de gastos. Segundo ele, há um “excesso de arrecadação pelo avanço do comércio eletrônico, que o governo precisa gastar”.
Os destaques positivos da sessão incluíram os papéis da CSN Mineração (CMIN3), BRF (BRFS3) e Petrobras (PETR3), que registraram avanços de 4,60%, 3,11% e 2,67%, respectivamente. As ações da Petrobras foram impulsionadas pelo avanço do petróleo no exterior, na expectativa da reunião da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) amanhã (4).
Em Wall Street, os índices encerraram o dia em alta. O Dow Jones subiu 0,68%, a 36.585 pontos; o S&P 500 avançou 0,64%, a 4.796 pontos; e o Nasdaq ganhou 1,20%, a 15.832 pontos.
O mercado repercute as perspectivas de que a variante Ômicron da Covid-19 é menos letal do que o esperado. “Há certo otimismo que vemos no início do ano com uma sensação geral de que a Ômicron não causará tantos danos à economia como o mercado inicialmente pensou que faria”, disse Rick Meckler, sócio da Cherry Lane Investments.
A Tesla foi responsável pelo maior impulso ao S&P 500 e ao Nasdaq, ganhando 13,53% depois que as entregas trimestrais da empresa excederam as estimativas de Wall Street. A montadora liderada pelo bilionário Elon Musk entregou 308,6 mil veículos no quarto trimestre, muito mais do que as previsões de 263.026 veículos.
O dólar fechou em alta de 1,57%, negociado a R$ 5,6622 na venda. Essa foi a alta mais intensa desde outubro do ano passado, e é explicada, em parte, por uma correção técnica após a moeda norte-americana ter despencado 2,1% no dia 30, e pela retomada dos temores fiscais no país. (Com Reuters)
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