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Apenas 16% das empresas do IBrX100, índice das 100 ações mais negociadas na B3, têm 30% ou mais de mulheres nos seus conselhos de administração. Um levantamento realizado pela PwC Brasil em parceria com o 30% Club Brazil, capítulo brasileiro de um movimento global que promove a equidade de gênero nos conselhos, indica estabilidade no número de assentos ocupados por mulheres em relação ao ano passado.
Mas houve um avanço significativo desde 2019, quando a organização passou a atuar no Brasil e as mulheres representavam 8,5% dos conselheiros nas organizações listadas.
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“O conselho precisa refletir a diversidade que existe no mercado como um todo. Isso torna a empresa mais estratégica e com resultados financeiros mais inovadores”, afirma Anna Maria Guimarães, presidente do 30% Club Brazil.
O levantamento é baseado em dados coletados pela PwC entre maio e julho de 2024 diretamente dos sites das instituições na seção de RI (Relacionamento com Investidores) e validado por meio das atas das Assembleias Gerais Ordinárias, explica Maria José Cury, sócia da PwC Brasil e uma das responsáveis pela metodologia.
A análise mostra que 16 companhias atingiram ou superaram a marca de 30% de mulheres em seus colegiados. São elas:
Auren
B3
Banco do Brasil
Caixa Seguridade (entrou no IBrX100 em 2024)
Carrefour Brasil
Cogna
Hypera
Lojas Renner
Magazine Luiza
Raízen
Rumo
Santander Brasil
Vivo (Telefônica Brasil)
TIM
Totvs
Vivara
Este ano, quatro empresas passaram a compor o grupo: Auren, Caixa Seguridade (que entrou no IBrX100 em 2024), Lojas Renner e Raízen. Enquanto isso, segundo o levantamento, 8 companhias listadas no IBrX100 ainda não possuem nenhuma mulher em seus boards: Cemig, CVC Brasil, Eneva, Grupo Mateus, Grupo Soma (hoje Azzas 2154 após fusão com a Arezzo&Co), Movida, ISA CTEEP e Vibra.
Em 2023, BRF, Porto Seguro e Suzano faziam parte da lista, mas saíram neste ano. M. Dias Branco, que também contava com ao menos 30% de mulheres nos conselhos, não permanece no IBrX 100.
“Os benefícios de se ter mulheres em cargos de liderança já são conhecidos, mas, no Brasil, a mudança vem acontecendo a passos lentos”, diz Anna Maria Guimarães.
Igualdade de gênero nos conselhos
Entre as empresas analisadas, o Banco do Brasil é a única com 50% ou mais de mulheres em seu conselho. No ano passado, Magazine Luiza e Vivara também apresentavam igualdade de gênero nos seus boards.
Além disso, Caixa Seguridade, Magazine Luiza, Santander, TIM, Totvs e Vivara também se destacam, com 40% ou mais de conselheiras.
Outras 17 companhias estão avançando em relação ao tema e hoje têm mais de 25% de mulheres em seus boards: Ambev, Arezzo, Assaí, Azul, Cielo, CPFL Energia, CSN Mineração, Direcional, Itaúsa, Klabin, Localiza, MRV, Multiplan, Petz, Porto Seguro, Sabesp e Santos BRP.
Mulheres nos conselhos ajudam as empresas
Enquanto a representatividade feminina avança a passos lentos, as mulheres provam que merecem o espaço. Nos conselhos de administração, elas ajudam a criar um ambiente que propicia melhores decisões e, também, maior valor para os acionistas. “Conversando com um conselheiro, ouvi que, com mulheres no conselho, o clima muda, fica mais saudável. Mas, quando o assunto é resultado, isso também é importante”, diz a presidente do 30% Club Brazil, citando estudo da consultoria McKinsey que mostra que empresas com mulheres na liderança lucram, em média, 21% a mais e têm resultados operacionais 48% maiores em comparação com a média.
Outra pesquisa, conduzida pelas professoras Margarethe Wiersema, da Universidade da Califórnia, e Louise Mors, da Copenhagen Business School, que entrevistaram diretores e diretoras que, juntos, atuaram em mais de 200 empresas de capital aberto nas principais bolsas de valores dos EUA e da Europa, mostra como a presença feminina tem impacto relevante nos boards.
As conselheiras chegam às reuniões altamente preparadas, se mostram dispostas a reconhecer quando não sabem algo, fazem perguntas relevantes e abrem discussões que acabam moldando as decisões. “Em um país como o Brasil, com economia dinâmica e mercado de capitais em evolução, a equidade de gênero nos conselhos é uma estratégia inteligente para impulsionar o crescimento e a sustentabilidade das empresas.”
Para Anna Guimarães, o desafio agora é conectar mulheres conselheiras com as oportunidades no mercado. “Os decisores e chairmen das empresas brasileiras dizem que não trazem mulheres porque conhecem poucas que atuam nessas funções. O 30% Club existe exatamente para isso.”
E avançar no tema em meio ao retrocesso do tema de diversidade e inclusão no mercado corporativo. “Precisamos entender como as decisões estratégicas recentes das três companhias com maior valor de mercado em 2024 (Microsoft, Apple e Nvidia) estão reverberando no mercado e nos trarão tendências importantes”, diz. “Em vez de focar separadamente em ações de diversidade, elas decidiram incluir a pauta nos seus processos como um todo, como por exemplo a IA.”
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A meta do 30% Club Brazil é chegar a 30% de mulheres nos conselhos das 100 maiores companhias do mercado de capitais até 2026. Ela explica o motivo do número 30: “Existem estudos internacionais que mostram que se você tem 30% de um grupo, você consegue influenciar os outros 70%.”
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O post Mulheres Crescem nos Conselhos de Administração no Brasil apareceu primeiro em Forbes Brasil.