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As amizades femininas são uma força única e poderosa. Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, elas não apenas ajudam a promover a saúde e o bem-estar, mas também estão relacionadas ao sucesso profissional.
Mas o que torna esses laços tão especiais e longevos? A resposta está em um conceito conhecido como o mecanismo de “cuidar e se conectar” (em inglês, “tend and befriend”).
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Proposto pela psicóloga Shelley Taylor e sua equipe, essa teoria sugere que, devido aos diferentes papéis sociais que desempenham, as mulheres criaram respostas ao estresse centradas em cuidar e formar alianças sociais para enfrentar desafios e buscar a sobrevivência.
O cuidado não é algo natural do feminino, mas sim socialmente construído. Esses comportamentos não apenas protegem os filhos e outras pessoas ao redor, mas também reduzem os riscos à saúde relacionados ao estresse e outros problemas.
Isso está relacionado com os resultados do mais longo estudo científico sobre felicidade da história, conduzido pela Universidade de Harvard. A pesquisa descobriu que o principal indicador de saúde e felicidade à medida que envelhecemos é a qualidade dos nossos relacionamentos.
O diferencial das mulheres
Ao contrário da resposta de luta ou fuga, que é mais confrontadora ou isolante, a abordagem de cuidar e se conectar promove a unidade e a força coletiva.
Em vez de se afastar ou se envolver em conflitos, as mulheres se apoiam em seus relacionamentos, usando cuidado e compaixão para enfrentar desafios. Essa abordagem proativa não só alivia o estresse imediato, mas também fortalece os laços emocionais entre amigas, tornando o relacionamento mais resiliente e duradouro.
Aqui estão três maneiras pelas quais o mecanismo de “cuidar e se conectar” forma a base das amizades femininas, um diferencial que outros relacionamentos podem não ter.
Dinâmica única de troca
Quando enfrentam estresse ou desafios, as mulheres naturalmente buscam e oferecem apoio emocional, o que é fundamental para a força e a longevidade de seus relacionamentos. É claro que existem exceções, mas analisamos o cenário geral.
Nas amizades femininas, isso cria um ambiente de apoio onde a vulnerabilidade emocional é bem-vinda e valorizada – o que deveria ser natural para uma grande amizade, mas nem sempre é. As amigas se sentem seguras ao compartilhar seus medos e preocupações mais profundos, sabendo que receberão empatia e compreensão, em vez de julgamento. Esse espaço seguro é crucial para manter conexões fortes, encorajando a comunicação honesta e o apoio mútuo.
Além disso, o que diferencia as amizades femininas é sua dinâmica única de troca. Quando uma amiga enfrenta dificuldades, as outras oferecem conforto e apoio, o que fortalece a base do relacionamento.
O poder da ocitocina
A ocitocina, muitas vezes chamada de “hormônio do amor”, desempenha um papel crucial no fortalecimento das amizades femininas e na sustentação da resposta de “cuidar e se conectar”. Muito além de ser apenas um mediador químico, a ocitocina fornece a base biológica para as conexões profundas e duradouras que caracterizam esses relacionamentos.
Liberada durante interações sociais, especialmente em contextos de cuidado, a ocitocina promove confiança e vínculo. Pesquisas mostram que isso não só ajuda as pessoas a aprenderem com e seguirem figuras confiáveis, mas também amplifica o apoio dentro das amizades.
Esse impulso hormonal dá às amizades femininas uma vantagem única, tornando-as mais duradouras. Diferente dos relacionamentos românticos que podem ter problemas com estresse, essas amizades se tornam mais fortes à medida que a ocitocina aprofunda e sustenta seus laços.
Resolvendo conflitos
As amizades femininas não estão ilesas de conflitos, mas a abordagem de resolução dos problemas é outro fator-chave que aprofunda esses relacionamentos. Ao contrário de métodos mais confrontadores, as mulheres frequentemente lidam com empatia e foco na preservação do relacionamento.
Em vez de priorizar ganhar uma discussão ou defender uma posição, enfatizam a compreensão e a conexão emocional. Elas ouvem ativamente as perspectivas umas das outras, reconhecem sentimentos e buscam um terreno comum.
Uma revisão de 2019 sobre empatia e compaixão em interações sociais mostra que essas qualidades levam a comportamentos mais pró-sociais e a uma melhor conciliação, tanto em contextos pessoais quanto em grupo.
A empatia ajuda a resolver tensões ao mexer com as correntes emocionais, promovendo respeito mútuo e reforçando o compromisso com o relacionamento.
Essa abordagem compassiva muitas vezes resulta em soluções que beneficiam ambas as partes, fortalecendo a amizade em vez de enfraquecê-la.
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*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.
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