Rosewood São Paulo inaugura suíte triplex com diária de US$ 50 mil

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Matthieu Salvaing

Penthouse Suite do Rosewood São Paulo tem 1.115 m² e acomoda até oito pessoas

Não é o canto de um pássaro que me chama a atenção. Como em um coral, são pelo menos quatro aves distintas e dispostas a cantar para valer, em um fim de tarde onde prevalece o silêncio, deixando os pios ainda mais nítidos e mágicos. Não se vê as aves – são só as melodias que brotam à curta distância. Talvez elas estejam à vontade, pois, de fato, embora cercados pelo verde denso de um jardim de plantas nativas de floresta tropical, estamos muito altos, a mais de 90 metros do solo. A vista panorâmica se dilui em um mar de prédios até o horizonte. Uma névoa se encarrega de borrar a imagem, o que contribui para uma sensação quase onírica. Em primeiro plano, mais traços da cena surreal: uma piscina de mármore sauípe de 16 metros de comprimento, seis de largura e borda infinita.

Trata-se do rooftop da Penthouse Suite: tríplex para até oito pessoas, de 1.115 metros quadrados, com a diária de US$ 50 mil (cerca de R$ 274 mil), no 25º andar da Torre Mata Atlântica, edifício que leva a assinatura do arquiteto francês Jean Nouvel (prêmio Pritzker em 2008). A Torre compõe o Rosewood São Paulo, única propriedade da rede na América do Sul. A super suíte abriu as portas no final de julho – com exclusividade, a Forbes Brasil foi a primeira revista do mundo a conhecê-la.

Matthieu Salvaing

Sala principal da Penthouse Suite: 158 m² e cinco metros de pé-direito

Inaugurado em janeiro de 2022 com o diretor artístico francês Philippe Starck responsável pelo design de interiores, o Rosewood paulistano logo mostrou a que veio, se destacando na seleção do The World’s 50 Best Hotels já no ano seguinte (único do Brasil), na 27ª posição. São 160 quartos e suítes e 100 residências distribuídos também no antigo prédio da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, que funcionou de 1943 a 1993 e assistiu ao nascimento de 500 mil pessoas.

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O local foi tombado em 1986 e renasceu em 2011, quando o empresário francês Alexandre Allard arrematou o terreno por R$ 117 milhões. O investimento de R$ 2,7 bilhões funcionou como alicerce para a construção do marco arquitetônico da cidade, transformando a rua Itapeva, 435, a 200 metros da Avenida Paulista, no endereço do novo ícone da hotelaria do país.

Matthieu Salvaing

A Torre Mata Atlântica (a Penthouse fica no 25º andar)

Assim que se coloca o pé na Penthouse Suite, o primeiro grande impacto é a explosão de luz que emana por todos os lados, trespassando painéis de vidro do chão ao teto, na sala principal de 158 metros quadrados e cinco metros de pé direito. Cortinas abertas para um visual espetacular de São Paulo.

Demora um tempo até você perceber que está cercado pelo fino do mobiliário brasileiro, como a chaise longue Rio (1978), de Oscar Niemeyer. A luminosidade e a perspectiva cinematográfica da cidade se repetem na suíte máster e nas outras três suítes. Entre os serviços, mordomo e motorista 24 horas (a bordo do híbrido Range Rover Velar); alimentação e bebidas inclusos e servidos no quarto; e uma seleção especial de vinhos, champanhes e destilados.

Veja fotos da Penthouse Suite do Rosewood São Paulo







Tour das artes

O Rosewood São Paulo transpira arte nacional. Sob a curadoria de Marc Pottier, são 450 obras de 57 artistas brasileiros; duas galerias (Filomena e White Box) e a Capela de Santa Luzia, de 1922: afrescos originais, vitrais de Vik Muniz, concertos mensais de música clássica e missas com o padre Maurício Matarazzo. O apreço à arte de diferentes regiões do Brasil reflete a filosofia que ecoa em todas as propriedades do Rosewood: A Sense of Place – um compromisso com a valorização da cultura local. A melhor maneira de conhecer mais a fundo um recorte desse imenso acervo é participar do Tour das Artes – 1h30 de caminhada por diferentes cantos do hotel aprendendo sobre a autoria, a matéria-prima e as histórias de uma seleção emblemática de obras.

Rosewood São Paulo/Divulgação

Pinturas de Ananda Nahú

A começar pelo tapete Tropicals, da gaúcha Regina Silveira, que traz elementos das nossas flora e fauna em grande escala – o tapete liga a entrada do hotel com o restaurante Le Jardin, e atravessa duas paredes que sustentam outra obra de Vik Muniz fragmentada em 213 pequenos quadros: a história fictícia de Conde de Taraz baseada em recortes de jornal e fotos de época. Já Sandra Cinto é o destaque na área da piscina do Belavista Rooftop Pool & Bar: mais de 500 metros quadrados de azulejos cerâmicos pintados à mão e serigrafia remetendo aos movimentos de plantas no leito de um rio.

Piscina, aliás, é um assunto muito bem resolvido no hotel: há outra no térreo, inspirada nas cores dos rios flutuantes de Bonito (MS); nos caquinhos de cerâmica tão marcantes em quintais antigos das casas paulistanas; e nas linhas do Parque Güell, em Barcelona. Como balcão para o bar desta piscina, um tronco amazônico de pequiá – peça única de 17 toneladas.

Aprendo sobre os detalhes e a procedência sustentável das obras que vêm da floresta graças às explicações passadas com entusiasmo pela art concierge Priscilla Chien, de 34 anos, que está no hotel desde a inauguração. Ela é um bom exemplo de como funciona a governança e a retenção de talentos no Rosewood: de formação gastronômica, foi contratada para trabalhar na padaria, sob a batuta da mestra e chef pâtissière Saiko Izawa. O interesse e o conhecimento por arte, no entanto, aos poucos ficaram evidentes e surgiu o convite para a mudança de área – aceito na hora.

Ao contar sobre as exposições permanentes de diferentes artistas nos nove primeiros andares da Torre Mata Atlântica, Priscilla sugere a visita ao nono – mas percebo que ela (e eu também!) gostaria de apresentar todos os artistas. Antes de ver as imagens coloridas da mostra “Bate-Bola – Rio Secret Carnival”, do fotógrafo Vincent Rosenblatt, sobre a festa conhecida com “Clóvis” no subúrbio carioca, passeamos pelo térreo admirando as 20 fotos preto e brancas que Cristiano Mascaro fez durante as obras da Cidade Matarazzo.

Divulgação

Ambiente do restaurante Taraz, no Rosewood São Paulo

Entusiasmo semelhante se nota nas palavras da diretora de vinhos do Rosewood São Paulo, Julia Derado, de 38 anos, durante o jantar no Taraz – restaurante de inspiração sul-americana com pratos feitos no fogo para serem compartilhados, e que apresentou seu novo cardápio dia 21 de agosto. Ela fala de boca cheia sobre as viagens que faz pelo Brasil para garimpar pequenos produtores de rótulos surpreendentes, como o Dona Loris, branco com 100% de uvas Lorena, da Sanabria Vinhos, em Bento Gonçalves (RS); ou o Flor de Mandacaru, um Tannat também de Bento. Para abrir os trabalhos da noite, um espumante Matarazzo com 70% de Chardonnay e 30% de Pinot Noir. Sobre os pratos servidos, palmas para o Carpaccio de Carne de Sol Wagyu; o Pão de Queijo com Costela na Brasa e a Pancetta de Porco Preto (tucupi, creme de milho, tomate marinado e salada de panc’s).

Para fechar o tripé de grandes diferenciais do Rosewood São Paulo, ao lado da arte e da gastronomia (além do Taraz, o Le Jardin, o Blaise e o Rabo di Galo são excelentes – e estão sempre lotados; caso não seja hóspede, não ouse chegar sem reserva), destaque para os tratamentos do Asaya Spa by Guerlain (hóspedes da Penthouse Suite têm acesso exclusivo a uma área privativa no spa) e para um novo programa de saúde e bem-estar, o Asaya Membership, com duração de seis a 12 meses que mescla equilíbrio emocional, preparo físico, nutrição e saúde de pele.

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Divulgação

Sala com 396 cristais – bom lugar para meditar no Asaya Spa by Guerlain

Seja lá qual for a duração do seu tratamento, mesmo que tenha só uma tarde no spa, não deixe de conhecer a sala com 396 cristais e investir alguns minutos em uma meditação. No meu caso, passei por uma hora de Intuitive Touch, que mescla diferentes técnicas no corpo inteiro. Me entreguei às fortes e potentes mãos de Francisco Zuffo Rabelo, de 34 anos, nascido no local onde agora trabalha: na maternidade que virou hotel.

Deixei o Rosewood poucas horas após emendar saunas e banhos à massagem. E não sei bem como explicar, mas, ao sair a bordo da Range Rover Velar, não consegui controlar a emoção. Em apenas dois dias, me desconectei de São Paulo a ponto de parecer que estava em uma ilha. Talvez esse seja o ponto que explique o sucesso do Rosewood São Paulo em tão pouco tempo: ele tem o poder de te levar para um lugar que você nem imaginava.

Entrevista publicada na edição 122 da revista, disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes.

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