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O burnout, todos sabemos, é uma situação extrema de saúde mental ligada ao ambiente de trabalho. Você poderá me perguntar por que, afinal de contas, estou escrevendo sobre dinheiro. Porque dinheiro e saúde mental andam lado a lado. Quando uma das pontas não vai bem, a outra não vai bem.
Eu quero dizer que a questão importante aqui não é apenas as suas finanças deixarem você preocupado; é que elas afetarão a sua saúde mental. E, se você tiver alguma questão de saúde mental, é muito provável que você se veja atrapalhado com as suas questões financeiras.
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Burnout financeiro é um termo que começou a se popularizar com o fim da pandemia, quando pessoas do mundo todo se viram às voltas com o aumento da inflação – especialmente de bens tão essenciais quanto os alimentos – e com a insegurança em relação ao futuro e, portanto, em relação a seus próprios empregos.
Desde então, ao que os dados indicam, muita gente tem se sentido estressada por causa de suas finanças, ao ponto de sentir esgotada (burnout).
Nos EUA, país que é referência em pesquisas que avaliam os humores dos americanos para uma série de temas, um estudo recente apontou que 2 em cada 3 pessoas dizem que as suas finanças são a sua maior fonte de estresse e 4 em cada 10 relatam que sequer conseguem olhar o saldo de suas contas por medo.
Os mais afetados parecem ser os profissionais mais jovens: os salários costumam ser mais baixos dos que o dos profissionais mais velhos, eles enfrentam altos custos com moradia e têm menos ativos para recorrer.
O estresse permanente cobra um preço da saúde mental: dificuldades com o sono, ansiedade, dores de cabeça, alterações do peso, irritabilidade, aumento do consumo de álcool, sentimento de fracasso, só para ficar nos mais comuns.
O que fazer para minimizar esse custo?
1. Faça um orçamento realista, que reflita o que você ganha, as suas despesas fixas e eventuais e que contemple os seus hábitos. Se for possível, procure guardar algo, nem que seja um pouquinho mensalmente.
2. Invista na educação financeira. A maioria de nós lida com as finanças na base da intuição e do erro e do acerto. A questão é que nem sempre isso dá certo. É preciso nos educarmos a administrar o nosso dinheiro. Hoje, muitos profissionais oferecem serviços de planejamento e educação financeira. Também é possível se informar na própria internet e aprender os fundamentos básicos da educação financeira, como manejar o nosso orçamento. Muita gente não sabe gastar de acordo com aquilo o que ganha.
3. Se você está imerso em dívidas, comece por aquelas que pesam mais, como as do cartão de crédito.
4. Por fim, invista no autocuidado. Reserve um tempo para fazer algo por você, algo que traga a você alegria e o deixe relaxado.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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