Como usar as 5 linguagens do amor no trabalho

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Historicamente, grandes empresas perpetuaram o mito de que ser gentil pode prejudicar o trabalho e, em última medida, os lucros, em contraste com uma abordagem mais rígida e autoritária. Habilidades técnicas foram valorizadas em detrimento das competências interpessoais – as famosas soft skills –, e as companhias promoviam a ideia de ser “duro” para ser lucrativo.

No entanto, a gentileza está dando retorno: entre os profissionais mais jovens, 77% têm mais chances de se candidatar a uma vaga que lista “gentileza” como um valor importante para a empresa, segundo uma pesquisa da consultoria Indeed com a Born This Way Foundation, de Lady Gaga.

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Linguagens do amor podem ser traduzidas para o ambiente de trabalho

O contrário também é verdadeiro. “A falta de confiança e gentileza nas relações corporativas leva a um turnover alto, clientes insatisfeitos, atritos internos, mais estresse e perda de recursos”, afirma Carolina Nucci, sócia da consultoria Marketing de Gentileza.

Não é sobre ser “bonzinho”, e sim estabelecer conexão e diferenciação nos negócios, algo que toda empresa busca. “Mas construir confiança não é algo simples nem pontual. Precisa ter intenção de colocar as pessoas no centro e ser consistente nessa relação.”

Cinco linguagens do amor no trabalho

As cinco linguagens do amor do palestrante e autor best-seller Gary Chapman podem ser traduzidas em uma linguagem corporativa de expressar cuidado, gentileza, empatia e conexão no ambiente de trabalho. Isso vale para o estagiário, para o cliente e até para o CEO.

Todas as cinco linguagens da gentileza podem fazer você se destacar e ser lembrado como um recurso valioso para sua organização. Confira:

Palavras de afirmação: Comunique apreço, encorajamento, gentileza, humildade e empatia. Tente enxergar o mundo (e o trabalho) pelos olhos dos colegas ou do seu chefe. Você pode usar palavras de incentivo, elogios e afirmações positivas quando um colega estiver desanimado. Pode comemorar quando alguém terminar um projeto, alcançar um prazo ou bater uma meta. Ou pode fazer elogios verbais ou escritos a alguém que alcançou um objetivo profissional. Também é importante enviar uma mensagem expressando suas condolências quando um colega sofrer uma perda ou celebrando uma conquista pessoal, dependendo do nível de intimidade que vocês compartilham.
Tempo de qualidade: Passar tempo de qualidade com empatia e compreensão ajuda a superar barreiras de comunicação no ambiente de trabalho. Isso envolve dar atenção plena e ouvir genuinamente seus colegas, não interromper, julgar ou corrigir. Seja o primeiro a entrar em contato com um colega, em vez de esperar ser abordado. Convide colegas para almoçar e passe tempo de qualidade conhecendo melhor as pessoas à sua volta. Demonstre curiosidade durante a conversa, perguntando sobre o fim de semana deles ou a viagem de férias, por exemplo. Se você ouvir algo sobre a vida pessoal deles, mostre interesse genuíno em conhecê-los melhor.
Toque físico: Entre casais, essa linguagem do amor envolve intimidade física na forma de abraços, beijos, carinhos, mãos dadas. Ser tocado acalma e libera ocitocina. Reflete nossa humanidade em comum e cria segurança e confiança. Obviamente, no trabalho esse cuidado e carinho devem ser expressos de maneira profissional. O toque físico apropriado é uma maneira poderosa de comunicar empatia e gentileza sem dizer uma palavra. Cientistas afirmam que um toque gentil ao comunicar-se com alguém resulta em mais apoio da outra pessoa. Um aperto de mão, um tapinha nas costas ou um leve toque no braço mostra conexão entre colegas. É preciso ter cuidado para não ultrapassar limites, mas, dependendo do seu relacionamento profissional, às vezes até mesmo abraços entre colegas próximos no trabalho podem ser uma expressão apropriada de conexão.
Atos de serviço: A natureza do ambiente de trabalho, com a cultura da correria e “cada um por si”, oferece muitas oportunidades para atos de serviço gentis. Quando foi a última vez que você fez algo bacana para seu gerente, funcionário ou colega? Pode ser levar um café ou uma sobremesa, ajudar alguém que está com dificuldades para cumprir um prazo, ajudar a carregar um objeto pesado ou colocar um bilhetinho motivacional na mesa. Estudos mostram que pequenas ações como essas podem melhorar o humor e aliviar a tensão do ambiente. Pesquisas também mostram que atos aleatórios de gentileza aumentam a felicidade tanto de quem dá quanto de quem recebe. E esses atos podem criar um ciclo: pessoas que recebem um ato de serviço tendem a ser mais generosas com as outras.
Receber presentes: Muitas empresas desencorajam que os funcionários dêem e recebam presentes caros, e em alguns casos isso pode ser proibido. Mas enviar flores a um colega de trabalho que está doente, trazer uma lembrancinha das suas férias ou dar presentes de aniversário são ótimas maneiras de transmitir a mensagem de que você valoriza e aprecia seu colega.

Como criar uma cultura de união

Com o tempo, culturas de trabalho tóxicas podem evoluir para um estado de ruptura relacional. Estudos do terapeuta familiar John Gottman revelam quatro sinais de alerta que indicam que rompimentos em um casamento são iminentes. Esses mesmos quatro sinais vermelhos podem indicar que a confiança e a colaboração entre empregador e empregado se deterioraram:

Críticas constantes (ataques) podem levar à defensiva (um contra-ataque) ou a evitar a conversa, e eventualmente ao desprezo do outro.

Quando as empresas priorizam uma cultura de união focada nos profissionais, eles ficam mais engajados e produtivos, o que traz benefícios para todos.

Seja você empregador ou empregado, desenvolver relacionamentos pessoais genuínos é um antídoto importante para o atual mercado de trabalho volátil. Praticar as cinco linguagens do amor corporativo cria uma cultura em que os profissionais se sentem conectados uns com os outros e unidos em torno de um objetivo comum da empresa.

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*Bryan Robinson é colaborador da Forbes. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento. 

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