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A falha do CrowdStrike atingiu 8,5 milhões de computadores com Windows na última sexta-feira, 19 de julho, e repercussões ainda são sentidas. Porém, se a pessoa na mesa ao lado da sua estava usando um Mac no dia do apagão, ela não foi afetada. Aqui está o motivo disso e a explicação da Microsoft sobre o que contribuiu para o problema.
O mundo ouviu falar sobre o problema do CrowdStrike e talvez foi impactado de alguma forma. Algumas companhias aéreas tiveram milhares de voos cancelados na sexta-feira, sábado, domingo e além.
Isso ocorreu porque o sistema Falcon, do CrowdStrike, projetado para prevenir ataques cibernéticos, teve uma atualização defeituosa que levou milhões de PCs e servidores com Windows a entrarem em um loop de inicialização.
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“A falha de sexta-feira foi causada por uma atualização com defeito enviada a clientes corporativos da CrowdStrike, uma das centenas de empresas de cibersegurança que construíram um negócio prometendo tornar o Windows mais seguro. A Microsoft tem seu próprio produto concorrente, chamado Windows Defender”, segundo o The Wall Street Journal.
Então, por que aquele colega ao lado, com o Mac, estava digitando no teclado como de costume? Isso se deve ao famoso jardim murado da Apple.
Por causa desse ecossistema fechado, a Apple tem um “equilíbrio muito mais saudável entre forçar as pessoas a atualizarem, forçar os aplicativos a manterem boas práticas de segurança ou removê-los da App Store”, nas palavras de Amit Yoran, diretor executivo da empresa de cibersegurança Tenable, que foi citado no artigo do TWSJ.
O sistema Falcon do CrowdStrike tem acesso privilegiado ao kernel do computador. Isso significa que os desenvolvedores de software podem criar programas que interagem com o sistema operacional do computador em um nível profundo, o que contribuiu para que o bug fosse tão devastador.
“Em 2020, a Apple informou aos desenvolvedores que seu sistema operacional MacOS não lhes concederia mais acesso ao nível do kernel”, informou o jornal, acrescentando que essa mudança foi um transtorno para os parceiros da Apple, embora significasse que a tela azul, como é coloquialmente chamada, tão prevalente nos últimos dias, não poderia acontecer em Macs, segundo Patrick Wardle, diretor executivo da DoubleYou, fabricante de segurança para Mac. “Isso significou que muitos desenvolvedores de terceiros, incluindo nós, tivemos que reescrever nosso software de segurança”, disse Wardle.
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O que leva à pergunta de por que a Microsoft não isolou seu sistema operacional da mesma forma. Isso se deve a um acordo alcançado com a Comissão Europeia após ela processar a Microsoft no início dos anos 2000 sobre “preocupações de que o popular software Windows da empresa lhe dava uma vantagem injusta em outras áreas, como navegadores web”, conforme descrito pelo Daily Telegraph. Em 2009, a Microsoft “concordou em dar aos fabricantes de software de segurança o mesmo nível de acesso ao Windows que a Microsoft tem”, segundo um porta-voz da Microsoft, com a culpa aparentemente apontada para a UE.
Nada disso significa que o Mac está seguro de todos os bugs, ataques ou problemas. Mas escapou do problema do CrowdStrike na última sexta-feira.
O post Apagão: Microsoft culpa União Europeia enquanto Macs permanecem imunes apareceu primeiro em Forbes Brasil.