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No cenário de evolução constante dos serviços financeiros, a adoção da IA e da inovação digital em grande escala tornou-se imperativa para que os bancos se mantenham competitivos. Com o poder da IA e machine learning, as instituições financeiras podem aproveitar a análise preditiva, a deteção de anomalias e os modelos de aprendizagem de máquina compartilhados para melhorar a estabilidade do sistema, detectar fraudes e promover experiências personalizadas centradas no cliente.
Essa evolução tecnológica está sendo comprovada em números de mercado. Um novo estudo do IBM Institute for Business Value (IBV) traz um panorama que 86% das organizações bancárias em todo o mundo – incluindo no Brasil – estão desenvolvendo ou se preparando para entrar em operação com casos de uso de IA generativa.
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Inclusive, é possível entender pela pesquisa no que os bancos estão se concentrando e quais são suas expectativas ao aplicar essa tecnologia. Nas instituições financeiras da América Latina, por exemplo, o estudo aponta que 31% dos executivos bancários afirmaram aplicar a tecnologia com foco no engamento do cliente, seguido pelas operações de risco, compliance e segurança (25%), recursos humanos, marketing e operações de compras (25%) e, por fim, desenvolvimento de TI (19%).
A IA generativa, portanto, oferece possibilidades infinitas para o setor financeiro. A configuração adequada destes modelos de linguagem pode simplificar conceitos financeiros complexos e permitir uma compreensão mais fácil para os clientes. Os bancos e outras instituições financeiras devem aproveitar estrategicamente a IA generativa para encontrar o equilíbrio certo entre inovação e utilização ética e, para isso, é necessário processos e protocolos rigorosos para oferecer soluções confiáveis.
Em um setor altamente regulamentado como o bancário, é muito importante que os clientes tenham acesso ao conjunto de ferramentas, à tecnologia, à infraestrutura e à experiência em consultoria para construir as suas próprias soluções – ou ajustar e adaptar os modelos de IA disponíveis – com autonomia. A diferenciação competitiva e o valor comercial único poderão ser cada vez mais derivados da forma como um modelo de IA pode ser adaptável aos dados exclusivos e ao conhecimento de domínio de uma empresa.
Neste novo paradigma de finanças digitais impulsionadas pela IA, a modernização dos sistemas principais torna-se essencial para que os bancos proporcionem experiências cada vez mais significativas para os clientes, aproveitem as tecnologias emergentes e permaneçam competitivos. Os sistemas legados tradicionais muitas vezes carecem da flexibilidade, escalabilidade e agilidade necessárias para apoiar a integração de finanças incorporadas, IA generativa e finanças abertas. Ao transformar os sistemas principais, os bancos podem criar uma base sólida que permite a integração de novas tecnologias, facilita o desenvolvimento de ecossistemas eficientes e melhora a experiência geral de relacionamento com o cliente.
A nuvem híbrida desempenha um papel crucial para facilitar essa mudança. Ela permite que os bancos aproveitem a escalabilidade e a flexibilidade dos serviços de nuvem pública, mantendo o controle sobre dados confidenciais por meio de nuvem privada e infraestrutura local. Ao adotar uma abordagem multicloud híbrida, os bancos podem transformar os seus sistemas principais, aproveitar as capacidades de IA e de aprendizagem automática, garantir a segurança e conformidade dos dados e integrar-se de maneira eficiente com serviços e APIs de terceiros. A nuvem híbrida proporciona a agilidade e a escalabilidade necessárias para apoiar a rápida implantação de novos serviços digitais, ao mesmo tempo que oferece o controle e a personalização exigidos pelas instituições financeiras.
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Por fim, fica muito claro que a indústria de serviços financeiros está passando por uma profunda transformação impulsionada pela IA, pela inovação digital e pela mudança para serviços financeiros digitais. As finanças incorporadas, a IA generativa, a ascensão das super aplicações e o financiamento aberto estão remodelando as experiências dos clientes e criando novas oportunidades para as instituições financeiras. Para aproveitar plenamente estas tendências, os bancos podem transformar os seus sistemas principais e adotar uma infraestrutura multicloud híbrida. Esta transformação não só permite a integração ideal de novas tecnologias, mas também aumenta a eficiência operacional, a agilidade e a segurança dos dados. À medida que os bancos embarcam nesta jornada, o alinhamento entre tecnologia e estratégia de negócios é fundamental.
Tonny Martins é presidente da IBM América Latina
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O post Acelerando a IA e a inovação: o futuro do setor bancário depende de uma modernização central apareceu primeiro em Forbes Brasil.