A Câmara dos Deputados aprovou ontem (16) o projeto de lei que cria um marco legal para a mini e microgeração própria de energia, o que promete alavancar os investimentos em energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos, afirmam integrantes desse mercado.
Segundo a Agência Câmara de Notícias, o relator do PL 5829/19, o deputado federal Lafayette Andrada (Republicanos-MG), rejeitou quase todas as emendas apresentadas pelo Senado, que haviam sido criticadas pelas distribuidoras de energia.
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A única emenda do Senado aprovada é a que permite usinas solares flutuantes, instaladas em reservatórios e lagos, serem fracionadas para se enquadrar nos novos limites de potência estabelecidos para a geração distribuída.
Agora, o texto vai à sanção presidencial para ser transformado em lei.
Para a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar), a aprovação do PL traz segurança jurídica ao setor, ao manter as regras atuais até 2045 para quem já instalou usinas próprias de geração e para quem solicitar acesso à distribuidora até 12 meses após a publicação da lei.
O texto também prevê um período de transição para que novos projetos comecem a pagar a tarifa de uso do sistema de distribuição, o “fio B”.
“A geração própria de energia solar é atualmente uma das melhores alternativas para fugir das bandeiras tarifárias e, assim, aliviar o bolso do cidadão e do empresário neste período de escassez hídrica”, disse o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, em nota.
CARVÃO
Ainda na quinta-feira, o Senado aprovou o projeto de lei 712/19 com a emenda acatada na Câmara que prorroga até 2040 a compra de energia gerada por termelétricas movidas a carvão. Originalmente, o texto dava apenas subvenção econômica às distribuidoras de energia elétrica de pequeno porte.
A matéria, que também segue para sanção presidencial, vai na contramão da tendência de transição energética e descarbonização da economia.
De acordo com cálculos da Abrace (Associação de Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), o subsídio às cooperativas é da ordem de R$ 140 milhões por ano. Já o subsídio às usinas a carvão foram estimados em 840 milhões de reais por ano.
O texto também cria uma política de transição para a energia limpa, com amparo ao setor carbonífero de Santa Catarina, que produz o mineral utilizado nas termelétricas que ganharam extensão contratual.
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