Luciana Staciarini Batista passou por mais de 10 países no último ano e perdeu a conta de quantas cidades visitou nesse período. Na semana seguinte a esta entrevista, estaria em Assunção, no Paraguai, depois no Rio de Janeiro, onde fica parte da sua equipe, antes de voar para um evento de liderança da Coca-Cola em Goa, no sul da Índia.
“Esse início tem sido intenso, mas é importante estar junto e conhecer todo mundo.” A executiva assumiu em julho passado a cadeira da presidência da gigante de bebidas para o Brasil e o Cone Sul.
Apesar da intensidade e da correria, essa agenda global tem tudo a ver com os planos da menina que, aos 6 anos, sonhou em conhecer o mundo, após se mudar para os Estados Unidos durante o pós-doutorado dos pais. Aos 16, ela começou a dar aulas de inglês para pagar um novo intercâmbio e, mais tarde, morou na Itália, durante a faculdade, e entre França e Singapura, quando fez MBA no Insead. “Quando você é exposto ao diferente, consegue entender as nuances do seu próprio mercado. As viagens mudaram a minha vida como pessoa e como profissional.”
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Com essa visão global, ela quer trazer inovação para a empresa centenária, apoiada em sustentabilidade, um imperativo de mercado. “Essa agenda precisa andar junto aos resultados”, diz a executiva, que foi sócia da consultoria global Bain & Company e acumula mais de 20 anos de carreira em varejo e bens de consumo.
A experiência como consultora ajudou a desenvolver um olhar sistêmico, antecipar problemas e enxergar oportunidades. “Sempre fui muito analítica, mas consegui, ao longo da minha carreira, balancear essa característica com meu lado mais humano”, garante a administradora, que foi escolhida para liderar o quarto maior mercado para a Coca-Cola no mundo, com mais de 50 mil funcionários. “Olhando de fora, pode parecer uma marca madura, mas tem potencial de expansão e inovação.”
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Expandir e inovar são dois verbos que Luciana sabe muito bem conjugar: ela teve que desbravar os caminhos que desejava trilhar. “Não havia nenhum exemplo de mulher sênior na consultoria. A última saiu depois que teve filhos”, lembra.
Ela até considerou mudar de carreira para abrir espaço para a maternidade, mas não foi necessário. Com a chegada das duas filhas, hoje com 9 e 12 anos, veio mais um aprendizado: definir prioridades. “Elas garantiram a sustentabilidade da minha carreira no longo prazo”, diz Luciana, que se definia como workaholic, mas hoje consegue identificar os momentos em que precisa tirar o pé do acelerador.
O post Luciana Batista: primeira mulher a liderar Coca-Cola Brasil apareceu primeiro em Forbes Brasil.