Um áspero combate – mas um prêmio monumental – nos espera. Em uma história repleta de solavancos e passos de caranguejo (dois para a frente, um para trás), chegamos ao 8º lugar entre as nações mais ricas. Se nosso desenvolvimento tivesse sido um pouco mais retilíneo, teríamos já dado os saltos que China, Índia, Indonésia e agora o México deram – e estão dando – para eliminar a pobreza, melhorar a educação, a saúde e – acima de tudo – a renda per capita.
Ainda somos, após a Índia, o país com o maior contingente de pessoas na pobreza, de acordo com padrões definidos pelas entidades internacionais: cerca de 6% de nossa população, ou 14 milhões de indivíduos.
Mas, se Bangladesh reduziu em 45 anos sua taxa de 90% para 70%, e a China a eliminou completamente, como também a Tailândia e Myanmar nesse mesmo espaço temporal, por que nós não o faremos em 26 anos, até 2050?
Vejo alguns pontos capitais na caminhada para o 5º lugar mundial.
Em primeiro lugar, um abrangente e eficiente programa de saneamento que atenda ao menos 90% da população, e que, por consequência, reduza a incidência de doenças e endemias como a que vivemos hoje, com o surto da dengue.
Em segundo lugar, uma reforma ainda mais abrangente: educação para capacitar nossos trabalhadores e nossos estudantes para as tarefas que a nova sociedade exigirá ao adentrarmos com mais vigor na era tecnológica.
Uma palavra de conforto nos vem do novo Código Tributário, sendo elaborado pelo governo com ênfase na promoção tecnológica, com o alívio na tributação que a asfixiava.
Não estamos hoje mais na rabeira das nações que cultivam a matemática e as ciências exatas. Temos alunos que ganharam e continuarão a ganhar medalhas e prêmios importantes em concursos internacionais. Devemos criar uma onda na qual o cérebro dos mais jovens seja estimulado a essa corrida pelo conhecimento, além de promover a reindustrialização baseada na economia mais moderna que temos: o agronegócio.
E, por último, mas não o último na escala em importância, a seriedade ao tratar da moeda. Por que falo sobre moeda? Porque será pelo valor de nossa moeda que chegaremos em 5º lugar nessa maratona universal. Tomo como exemplo aquele que foi o maior império da história, o Reino Unido. Em um século, a moeda desse país perdeu 80% de seu valor se comparada a outras moedas fortes.
O Plano Real nos trouxe alívio e esquecimento das ferozes inflações que sofremos. No entanto, se considerarmos apenas a correção monetária desses últimos 10 anos, nossa moeda perdeu pelo índice oficial 82% de seu valor. Isso explica por que ainda capengamos no combate à pobreza e no aumento da renda real per capita.
Transferimos receita a outras países em vez de aproveitarmos todo o nosso potencial. Precisamos de cidadãos conscientes da grande nação que herdamos e de governos que preservem a democracia e a liberdade de expressão. Tópicos que todos queremos ver agora entre os maiores. O país do futuro terá de decidir se quer ser a potência do presente.
(Reportagem publicada na edição 118º da Revista Forbes, acessível no aplicativo na App Store e na Play Store, no site da Forbes e na versão impressa)
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O post Quinta economia do mundo: nossa meta para 2050 apareceu primeiro em Forbes Brasil.