Uma homenagem à beleza das praias deslumbrantes, das tradições milenares, das florestas exuberantes e de um povo cativante que, por meio do artesanato e da moda, mantém vivo o passado da paradisíaca ilha italiana da Sardenha. Assim se define a Sardegna Sartoria, grife masculina fundada em 2021. A criação da marca é resultado da mente inovadora do sócio e Diretor Criativo Lucas Albuquerque, e da veia empreendedora da sócia Bia Harley.
Bia é a quarta de cinco filhos e tem raízes pernambucanas; seus pais vieram para São Paulo ainda jovens. Ela conta que sua família é tradicional, o que influenciou na escolha de sua formação, já que as opções de cursos com aval de seus pais eram escassas. Entre as possibilidades, ela elegeu o Direito. “Continuei no Direito e, acho que no meu terceiro ano, meu pai faleceu. Só não larguei a faculdade porque minha mãe me disse para eu garantir meu diploma”, conta. Na época em que perdeu seu pai, Bia tinha 19 anos, e sua mãe ficou viúva aos 47 anos, com cinco filhos. “A profissão era muito importante para ela, até porque não dava para depender de ninguém.”
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Ao se formar, Bia se encaminhou para a área da advocacia que mais a interessou: a propriedade intelectual. Foram anos trabalhando na área, um mestrado em Boston, uma especialização em Harvard e uma carreira consolidada em Nova York. Mas, quando o visto expirou, a empreendedora se viu diante de duas possibilidades: continuar na propriedade intelectual e exercer a carreira de advogada, ou empreender com as irmãs e o cunhado. “Descobrimos uma franquia de educação infantil no Colorado, que trabalhava com habilidades socioemocionais, um conceito do século XXI. Viemos como desenvolvedores de território brasileiro e nos tornamos master franqueados em seis meses, porque a parceria foi muito bacana.”
Foram dez anos realizando a parte jurídica da empresa, toda a parte de negociação com os Estados Unidos e o acompanhamento comercial e operacional das unidades brasileiras. Depois de um tempo, foi convidada a trabalhar na formatação de uma fundação chamada Arredonda Brasil, que lidava com o arredondamento de contas na ponta do varejo.
Mas, durante o processo de formatação, a fundadora, que também fundou o Instituto Verdescola, teve um problema e precisou se afastar – e Bia foi indicada para assumir o papel. “Passei dois ou três anos no Verdescola; minha filha tinha três para quatro anos na época. A atuação do Verdescola era no litoral, então eu ia uma vez por semana para lá. Foi um desafio, mas uma experiência muito rica.”
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Foi só no final dos anos 2010 que ela entrou no varejo de moda íntima. Então surgiu a oportunidade de fundar a Sardegna: uma marca de moda masculina que busca oferecer produtos de qualidade e inovadores, sempre com um impacto positivo em todas as etapas da cadeia de produção. A empreendedora conta que foi em outubro de 2020 começou a conversar sobre o projeto. “Em dezembro, formalizamos, e a primeira loja foi aberta em junho de 2021, a segunda, em agosto de 2022, e a terceira, em abril de 2023. As coisas aconteceram muito rapidamente”, lembra Bia com orgulho. “Desde o começo, tentamos colocar essa questão de impacto positivo como um objetivo principal da sociedade. Hoje, trabalhamos com fibras naturais e buscamos sempre fornecedores que utilizem processos menos danosos ao meio ambiente.”
Olhando para o futuro, os objetivos de Bia são deixar um legado para a filha e, profissionalmente, continuar causando impacto positivo em todas as etapas da cadeia de produção da Sardegna. “Minha trajetória profissional foi cheia de desafios e aprendizados. Hoje, vejo que a gestão é o denominador comum em todas as minhas experiências. No âmbito pessoal, gostaria de deixar um exemplo para minha filha, mostrando a importância da educação e da realização pessoal. Profissionalmente, continuo buscando formas de causar um impacto positivo através do meu trabalho”, finaliza.
O post “Quero deixar um legado”, diz fundadora da grife masculina Sardegna apareceu primeiro em Forbes Brasil.