Após dez anos no Google, Marry Ellen Coe assumiu o cargo de Chief Business Officer (CBO) do YouTube em outubro de 2022. “Eu entrei no Google para ajudar pequenas empresas a se desenvolverem por meio da tecnologia. No YouTube, eu pude realizar meu objetivo pessoal de trabalhar em um negócio que impactasse pessoas e marcas”, comentou durante um painel no Rio2C, maior evento de inovação e criatividade da América Latina.
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Na ocasião, a executiva também compartilhou alguns dados do YouTube sobre a creator economy. “Já contamos com mais de três milhões de criadores de conteúdo ao redor do mundo e pagamos mais de R$ 351 bilhões nos últimos três anos. Com esses números, queremos mostrar a importância desse ecossistema para as nações.”
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De acordo com a Comscore, em 2022, o YouTube teve um impacto de R$ 4,5 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Esse montante é construído a partir de monetização, patrocínios e parcerias. “Nossos criadores têm comunidades muito engajadas, por isso as marcas querem estar nesse espaço. É assim que o YouTube cria liberdade financeira e possibilidades para pessoas de todas as classes sociais e nichos de conteúdo”, complementou Ellen.
Quando o assunto é o impacto do Brasil na plataforma, um dispositivo ganha destaque: a televisão. O país é o maior consumidor de YouTube via TV no mundo. “Nós aprendemos muito com diferentes mercados. As transmissões esportivas no Brasil, como o Paulistão, inspiraram mercados globais, como a NFL nos Estados Unidos.”
Inclusive, nos próximos meses, os usuários poderão fazer compras e comentários pela própria TV. Para os brasileiros, uma novidade chegará em primeira mão: a transmissão simultâneas de até quatro telas durante os Jogos Olímpicos.
Para completar os anúncios, Marry Ellen contou que criadores brasileiros vão para Paris produzir conteúdos exclusivos para o YouTube, “seja de gastronomia e moda ou esportes e lazer”. “Isso traz uma nova perspectiva para o evento e para o público.”
Tendências
Com o crescimento dos vídeos curtos, o padrão de visualização do público mudou. Aproximadamente 25% da monetização do YouTube é proveniente do Shorts. “Nós alcançamos a nossa meta de publicidade anual com o Shorts”, afirmou a CBO.
Apesar disso, os vídeos longos continuam crescendo na plataforma. Segundo a executiva, “existem vídeos para todos os gostos”, o segredo para crescer está na “junção de assuntos complementares e no desejo de criar coisas novas, sem medo de errar”. Como exemplo, ela cita a união dos gamers com a música e a equipe do MrBeast — canal com mais inscritos no mundo.
Inteligência artificial
O YouTube utiliza IA no algoritmo de recomendação, em ferramentas de edição e nas traduções simultâneas disponíveis para alguns canais. Agora, para atender empresas, a plataforma está criando uma inteligência artificial capaz de direcionar anúncios de acordo com as preferências da campanha publicitária e do conteúdo onde o material será vinculado.
“Nós também desenvolvemos recursos de privacidade para rotular conteúdos produzidos por IA. Afinal, temos que ser vigilantes”, finalizou Marry Ellen Coe.
O post “O Paulistão no YouTube foi fundamental para cases como o da NFL”, diz CBO da plataforma apareceu primeiro em Forbes Brasil.