VP da Meta: “Quero criar tecnologias para o resto do mundo, de onde eu venho”

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Como investidora anjo, Nikila Srinivasan, VP da Meta, aposta em startups fundadas por mulheres e imigrantes

Quando usou o Facebook pela primeira vez no seu primeiro celular, com dinheiro emprestado do pai e uma conexão de internet ruim, Nikila Srinivasan, natural de Chennai, no sul da Índia, era ambiciosa a ponto de se imaginar trabalhando na gigante de tecnologia. Mas não o suficiente para pensar que um dia estaria sentada ao lado do fundador da Meta, Mark Zuckerberg, tomando grandes decisões pela empresa. “Entendi que queria criar tecnologias que seriam usadas no resto do mundo, porque eu venho do resto do mundo’”, diz ela, hoje VP de produto da Meta.

A executiva de 36 anos é responsável pelos negócios de business messaging da big tech – que abrange as iniciativas da companhia para conectar empresas e clientes por meio de aplicativos como WhatsApp, Messenger e Instagram Direct.

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Quando foi chamada por um recrutador, Nikila não entendeu o que uma mulher indiana no início da carreira poderia trazer para uma gigante do Vale do Silício. “Não sabia se alguém como eu teria sucesso no Facebook naquela época”, foi o que ela disse ao recrutador, que a convidou para um happy hour organizado por três mulheres líderes de produto. “Hoje, olho em volta e vejo muitas pessoas como eu nas salas de liderança.”

A ex-líder de produto do WhatsApp, Ami Vora, foi uma grande mentora. “Ela se parecia comigo e me ajudou a perceber que minha perspectiva era importante. Quando ela se tornou vice-presidente do Facebook foi um grande dia para mim porque pensei ‘eu também posso chegar lá’. E cheguei.”

Mas para além do poder da representatividade, diversidade traz impacto no negócio. “Como resultado de termos diferentes perspectivas, conseguimos desenvolver produtos que atendem um público internacional”, diz Nikila. Foi a sua visão e background únicos que a ajudaram a subir na big tech, construindo times focados em mercados emergentes, se voltando para pequenos negócios e abrindo escritórios da empresa em Singapura e Londres. “Quando você sente que seu trabalho causa impacto e está ligado à sua história pessoal, sua carreira se torna mais significativa.”

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Importância do Brasil para a Meta e o WhatsApp

A executiva diz isso porque já começa seus dias no WhatsApp. Não para trabalhar, e sim para fazer uma ligação de vídeo com seus pais, que ainda vivem na Índia, ou conversar com amigos e parentes. “É como eu mantenho a conexão com um mundo que deixei para trás, mas não sinto que deixei para trás.”

O país asiático, que ela ainda considera sua casa, tem o maior número de usuários do WhatsApp em todo o mundo, e logo atrás vem o Brasil, mercado estratégico para a Meta. “É um dos mais importantes para nós do ponto de vista comercial, porque seja para grandes, pequenas empresas ou usuários, a conexão entre pessoas e negócios também é muito forte”, diz a executiva, que está no Brasil para participar do Conversations, evento anual e global da Meta sobre business messaging, sediado pela primeira vez por aqui.

O WhatsApp é também a grande aposta da Meta para o futuro. “Mark [Zuckerberg] fala como, até agora, o Facebook e o Instagram têm sido os grandes pilares do negócio. O próximo são as mensagens comerciais, e a maior oportunidade que temos de fazer isso é com o WhatsApp.”

Carreira focada no mundo em desenvolvimento

Antes do Facebook, hoje Meta, Nikila trabalhou em startups e desenvolveu apps quando o mobile começou a crescer. O interesse pela tecnologia veio desde cedo: começou a programar ainda no ensino médio.

Cursou ciência da computação e saiu da Índia pela primeira vez para fazer pós-graduação nos Estados Unidos, onde estudou tecnologia e desenvolvimento internacional. “Ampliou minha visão de mundo, mas me deu mais certeza de que eu queria trabalhar com desenvolvimento”, diz ela, que foi para o Vale do Silício em 2011.

Além da carreira corporativa, há alguns anos Nikila começou a atuar como investidora anjo, e já apostou em mais de 10 empresas fundadas por mulheres imigrantes. “Algumas pessoas tratam o investimento anjo como uma ciência complexa, e eu faço um pouco disso, mas a ideia é me conectar com fundadores sub-representados.”

O fio condutor dos seus negócios é construir para o mundo em desenvolvimento – com a responsabilidade de garantir que outras tantas pessoas como ela possam vir depois. “Tive a sorte de trabalhar com líderes que me ajudaram e fizeram com que eu tivesse um lugar à mesa”, diz. E hoje faz o mesmo como mentora de outras mulheres. “Não se trata apenas de trazer alguém com uma lista de características. É realmente garantir que você está ouvindo essas pessoas e que a perspectiva delas está nos ajudando a alcançar melhores resultados nos negócios.”

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