Agricultores brasileiros continuam a plantar mais soja na região do Cerrado, mas estão cortando menos árvores para fazer isso para evitar o investimento caro, de acordo com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), que divulgou seus dados hoje (14).
A agricultura em larga escala no Cerrado, que inclui vastas áreas florestais embora seja classificada como savana, transformou o Brasil em uma potência agrícola, ao mesmo tempo que atrai críticas por destruir quase metade da vegetação nativa do bioma.
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A agricultura comercial cresceu a uma velocidade vertiginosa na região, já que a área de soja quase triplicou em 20 anos.
O Cerrado representa atualmente 52% de toda a área de soja do Brasil, já que os plantios cresceram cerca de 6%, para 20 milhões de hectares (49,4 milhões de acres) na safra 2020/2021 da temporada anterior, mostram os dados da Abiove.
A Abiove disse hoje (14) que uma análise da expansão das fazendas de soja, cruzada com dados do governo de desmatamento no Cerrado, revelou que os produtores estão usando áreas já abertas para agricultura ou pecuária.
Entre 2001 e 2007, 13% da expansão da área de soja no Cerrado foi em vegetação nativa, ante 3% entre 2014 e 2021, mostram os dados da Abiove.
“Por motivos econômicos, os agricultores não estão expandindo para áreas com vegetação nativa”, disse Bernardo Pires, funcionário da Abiove, aos jornalistas. Ele explicou que converter terras virgens em cultivo exige grandes investimentos, incluindo custos para ajustar os nutrientes do solo, e isso pode ser um impedimento para o cultivo de soja por lá.
Atualmente, cerca de 990 municípios de Cerrado cultivam soja, área que representa 9,8% do bioma.
Grande parte da área desmatada no Cerrado é dedicada à pecuária, e não à agricultura.
Especificamente na região do Matopiba, grupo de estados nordestinos considerados a “última fronteira agrícola” do mundo, a expansão das áreas de soja em terras nativas caiu de 40% entre 2001 e 2007 para 10% entre 2014 e 2021, disse a Abiove.
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