As mineiras Jade Utsch, Jennifer de Faria e Tatiany Duarte pivotaram seu modelo de negócio algumas vezes até chegarem ao que é a RadarFit hoje. No B2B, a startup centraliza uma jornada de saúde e bem-estar personalizada e gamificada para funcionários de empresas. Cada pessoa tem seu avatar 3D e navega pelo app completando atividades e sendo recompensada com “fitcoins”. “Fomos para as ruas entender por que as pessoas tinham dificuldade de ter uma vida saudável, e identificamos que era pela falta de recompensas e resultados imediatos”, diz Jade, CEO da RadarFit e Forbes Under 30 2022.
Pensando nisso, criaram uma forma de atrair os usuários. As moedas acumuladas na plataforma podem ser trocadas por prêmios, como iPhone, TV, doações para instituições e vouchers da Netflix e do Spotify, por exemplo. “A personalização e as recompensas fazem as pessoas se engajarem”, afirma Jennifer, CFO da Radarfit.
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Criada em 2018, a healthtech já atendeu mais de 1 milhão de funcionários de 60 empresas, entre elas gigantes como Ambev, Petrobras e BASF. Tudo começou quando ainda operavam apenas no B2C, via WhatsApp. Apresentaram o negócio em um programa de aceleração patrocinado pelo Banco do Brasil, que levou o app para todos os seus cerca de 80 mil funcionários. “Entendemos ali que o B2B seria um mercado importante para o crescimento e a sustentação do negócio”, diz Jade.
Com o incentivo do banco, a RadarFit começou a medir os resultados trazidos para as empresas. “Registramos métricas de redução do sedentarismo e dos níveis de ansiedade, melhoria do clima organizacional e prevenção de doenças”, diz. A empreendedora cita o case da cooperativa agrícola Cooabriel, que reduziu em 50% o absenteísmo em seis meses depois de contratar a RadarFit para os seus funcionários.
Empresas que oferecem benefícios corporativos voltados à saúde também são elegíveis ao PAT e podem ter acesso a isenções e incentivos fiscais.
Em busca de investimento
Depois de acertarem o modelo de negócio, no final de 2023 as empreendedoras receberam um aporte de R$ 5 milhões do WE Ventures, fundo da Microsoft que investe em mulheres, e do Hiker Ventures.
Foi a terceira rodada de captação da RadarFit, que já foi investida pela Bossa Invest, DOMO.VC, Outfield Capital e Startup Farm. “A gente virava a noite no ônibus de Belo Horizonte a São Paulo e ia bater nas portas dos fundos para apresentar a empresa”, lembra a CEO. “Depois, vimos o movimento contrário, dos fundos vindo até nós.”
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Meditação personalizada com IA
Usando a tecnologia de IA generativa da Azure, plataforma de computação em nuvem da Microsoft, a startup lança agora uma experiência de meditação personalizada para os usuários. “Você diz como está se sentindo agora e a nossa inteligência artificial rapidamente cria uma meditação diferente a cada dia”, diz Tatiany Ribeiro, CTO da RadarFit e responsável pelo desenvolvimento do app.
As empreendedoras se conheceram em um programa de aceleração de startups. Jade e Jennifer já estavam testando o primeiro formato do negócio, e a CTO chegou para trazer o olhar da tecnologia. “Cada uma de nós já teve absolutamente todos os papéis na empresa”, diz Jade. Conforme a startup crescia, elas foram se dividindo conforme as aptidões e habilidades.
Hoje, creditam o avanço acelerado ao foco na tecnologia e especialmente na inteligência artificial desde o início. “Muitas empresas estão começando a usar IA agora, e a maioria ainda utiliza da porta para dentro, não para aplicar no seu produto em si”, diz Jade.
A validação das etapas concluídas pelos usuários é feita por meio de fotos tiradas diretamente da câmera do smartphone, dentro do aplicativo, e é analisada por um sistema de inteligência artificial desenvolvido por elas. Com o uso de IA, a RadarFit consegue ter 98% de precisão na identificação e validação das fotos. “Em um futuro breve, também vamos conseguir captar as vitaminas nas fotos dos usuários e passar recomendações especializadas”, afirma Jennifer.
Outro objetivo é utilizar análises preditivas para prever riscos de saúde, permitindo intervenções preventivas e mudanças de estilo de vida antes que doenças se manifestem. “Assim como o Duolingo incentiva a aprender inglês, criamos um game fitness para ajudar as pessoas a ter hábitos saudáveis”, diz Tatiany. O app da RadarFit já foi utilizado por profissionais em 15 países e, agora, elas se preparam para a internacionalização da empresa.
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