Lucro do Banco Pine no primeiro trimestre cresce 106% para R$ 63 milhões

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Rodrigo Pinheiro, diretor executivo: capital reforçado e Basileia de 13,7% (Foto: Divulgação)

O banco Pine (PINE4), instituição financeira de médio porte, divulgou nesta terça-feira (7) um lucro líquido recorde de R$ 63 milhões referente ao primeiro trimestre de 2024. O resultado representa um aumento de 106% frente ao mesmo período de 2023, com o lucro mais que dobrando em 12 meses. A rentabilidade patrimonial do Pine, que mede o resultado em comparação com o patrimônio líquido do banco, chegou a 24%, uma das maiores do sistema financeiro no primeiro trimestre. Para comparar, o Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou seu resultado do trimestre indicando uma rentabilidade patrimonial de 21,9%.

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A carteira de crédito expandida cresceu 60% na comparação anual, para R$ 11,7 bilhões. Segundo Clive Botelho, membro do comitê executivo do banco, o crescimento deve-se à expansão dos empréstimos de varejo garantidos, ou colateralizados, além do empréstimos às grandes empresas. “A diversificação é um dos pilares mais importantes de nossa estratégia”, diz Botelho. “O primeiro trimestre costuma ser mais fraco para o crédito corporativo e mais forte para o crédito garantido, devido ao reajuste anual do salário-mínimo.”

O banco encerrou o trimestre com recursos captados de R$ 14,4 bilhões, representando um crescimento ano contra ano de 36%. Segundo Rodrigo Pinheiro, diretor executivo do banco, o patrimônio de referência cresceu 52% na comparação anual para R$ 1,4 bilhão, elevando o índice de Basileia para 13,7%, crescimento de 2,6 pontos percentuais no período. O banco distribuiu R$ 16 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) em abril de 2024 referentes ao primeiro trimestre, totalizando R$ 0,08 por ação e com um dividend yield de 9% em 12 meses.

Mudança estratégica

O resultado consistente do banco nos últimos trimestres deve-se a uma reorientação estratégica. Tradicionalmente, o Pine atuava como um banco de atacado. Ou seja, concedia empréstimos vultuosos para empresas de grande porte. Nesse segmento o risco de inadimplência é menor. No entanto, as margens também são pequenas. O Pine também atuava no chamado middle market, concedendo empréstimos para empresas de médio porte, em geral de capital fechado.

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Segundo Noberto Pinheiro Jr, diretor-executivo do Pine, a decisão de reorientar a estratégia ocorreu no fim de 2021. “Antecipamos corretamente que os juros iriam subir, um aperto na política monetária estava contratado pelo Banco Central”, diz ele. “Optamos então por reduzir a carteira para grandes empresas e sermos restritivos na concessão de crédito.”

Além de pisar no freio, o Pine alterou a direção, e passou a colocar força em empréstimos garantidos por benefícios do INSS e pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O risco é proporcionalmente mais baixo que de outros empréstimos de varejo, mas a margem é mais elevada do que no caso dos créditos para empresas de grande porte.

Rentabilidade

Segundo Einar Rivero, sócio fundador da consultoria Elos Ayta, o resultado do Pine coloca o banco entre os mais rentáveis para o investidor. “O Pine também é um bom pagador de dividendos, seu dividend yield é o quarto maior do mercado”, diz Rivero.

Isso vem se refletindo nas ações. “A ação do Pine tem o segundo melhor retorno em 12 meses considerando as empresas com volume médio diário superior a R$ 1 milhão”, diz ele. “A valorização em 12 meses acumulada até a segunda-feira (6) é de 249,16%, perdendo somente para os 265,85% da C&A.” Apesar dessa valorização, o Pine apresenta uma relação Preço/Lucro de 4,64, a menor entre os bancos, diz Rivero.

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