Pré-mercado: reunião do Copom começa sem certeza sobre juros

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Bom dia. Estamos na terça-feira, 7 de abril.

Cenários

Começa nesta terça-feira (7) a reunião do maio do Comitê de Política Monetária (Copom). Há quase um ano que uma reunião não começava com tanta incerteza por parte dos agentes econômicos.

Nos seis últimos encontros, de agosto de 2023 a março de 2024, o resultado foi sempre um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic. Nesse período, os juros referenciais recuaram de 13,75% para os atuais 10,75% ao ano.

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Até poucas semanas atrás, a convicção era que na quarta-feira (8) fosse anunciado um corte da mesma magnitude (para usar as palavras do próprio Comitê), com uma indicação do que deveria ocorrer na próxima reunião.

Isso mudou. Na edição mais recente do Relatório Focus, divulgado na segunda-feira (6), a projeção dos profissionais do mercado financeiro para os juros em dezembro voltou a subir, avançando para 9,63% ante os 9,50% da edição da semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa era de 9,00%.

Perspectivas

Por que essa alteração após 15 semanas consecutivas com projeções de Selic a 9,00% em dezembro? Basicamente pelas advertências de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), sobre o aquecimento do mercado de trabalho e a fragilidade das contas públicas. E, mais recentemente, pelo eventual impacto da tragédia no Rio Grande do Sul sobre a inflação.

O Rio Grande do Sul é um elo importante na cadeia alimentícia brasileira. O Estado é um grande produtor de grãos e proteína animal. As lavouras e cooperativas foram afetadas severamente pelas inundações. Para além disso, o impacto foi pesado sobre a infraestrutura, com estradas e pontes destruídas.

Como ainda é cedo para saber qual o impacto sobre a inflação, é razoável supor que o Copom será cauteloso e deverá desacelerar o corte da Selic. Faz parte do manual dos banqueiros centrais fazer menos do que o possível, de modo a ter mais espaço de manobra adiante. A avaliação é que, se continuasse reduzindo os juros no ritmo das seis últimas reuniões, o Comitê poderia ser obrigado a interromper a queda ou mesmo a elevar as taxas no futuro, o que provocaria solavancos desnecessários no mercado.

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