A agricultura brasileira transformou-se radicalmente nas últimas décadas. O investimento pesado em melhoramento genético de plantas, insumos biológicos e sintéticos, práticas adequadas de manejo e máquinas agrícolas modernas promoveu uma verdadeira revolução de produtividade dentro e fora das porteiras. Como consequência, em apenas 40 anos o país deixou de importar comida para ser o maior provedor de alimentos.
E o próximo grande salto já começou. Neste exato momento, o agronegócio brasileiro dá os primeiros passos em direção a mais uma revolução: o da agricultura digital.
Em Mato Grosso, estado que responde sozinho por 10,4% da soja produzida no mundo, a Case IH, marca da CNH Industrial, implantou a Fazenda Conectada Case IH, uma iniciativa pioneira na qual pessoas, serviços e máquinas agrícolas estão conectadas o tempo todo.
A Fazenda está instalada em uma propriedade rural de 3 mil hectares na cidade de Água Boa, no coração do Cerrado, e todas as etapas da safra — do pré-plantio ao pós-colheita — contam com soluções digitais que são acompanhadas em tempo real pela marca.
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Para a criação desse grande laboratório de agricultura digital, Água Boa – município que produziu 160 mil toneladas de soja na safra passada – recebeu duas antenas 4G com banda larga instantânea de 700 megahertz, em uma parceria entre a Case IH e a TIM.
Segundo o vice-presidente da Case IH para a América Latina, Christian Gonzalez, a Fazenda Conectada tira a agricultura digital do papel e demonstra na prática como a conectividade pode aumentar exponencialmente a eficiência nas propriedades rurais.
“A Case IH sempre ditou tendências, sendo reconhecida pelo seu DNA de inovação e pioneirismo. É a marca que introduziu as mais inéditas tecnologias para o agronegócio brasileiro e, agora, na era da revolução digital no campo, não seria diferente. Por meio de machine learning, as nossas máquinas inteligentes aprendem e se autoajustam. Os dados gerados por nossos equipamentos e soluções, que usam big data e data analytics, mostram que nós já estamos inseridos na agricultura digital”, diz Gonzalez.
Eficiência máxima na prática
De acordo com o diretor de marketing e comunicação da Case IH para a América Latina, Eduardo Penha, a Fazenda Conectada vai mostrar, no mínimo pelas próximas três safras, como a conectividade rural é capaz de aumentar a eficiência agrícola e a produtividade no campo, mesmo em uma região de alto rendimento.
Outro objetivo é mostrar como a tecnologia digital aplicada na agricultura contribui na sustentabilidade ambiental.
“São três pilares de avaliação dentro da Fazenda Conectada. No primeiro, analisamos a eficiência técnica e agrícola, onde, além do aumento de produtividade, vamos acompanhar a redução no uso de defensivos agrícolas e a economia com combustível. O segundo pilar é o de sustentabilidade, pois, com a redução de insumos e combustíveis, diminuímos a emissão de gás carbônico. E o terceiro pilar é a viabilidade financeira de uma operação agrícola conectada”, explica Penha.
Com conexão, é possível gerenciar todo o sistema de produção da fazenda, desde a previsão de condições climáticas até a identificação de áreas menos produtivas do solo.
No caso do plantio conectado, por exemplo, é possível aumentar a eficiência com base no planejamento e mapa de linhas, bem como o monitoramento em tempo real do plantio, minimizando falhas e paradas.
O planejamento e o ajuste dos veículos, nas operações de colheita, evitam paradas não programadas e permitem organizar o fluxo logístico de abastecimento e transporte da produção.
Já na pulverização, as possibilidades da gestão da operação, bem como a capacidade de adaptar em tempo real as aplicações ideais com base em imagens de satélites ou de drones, podem reduzir consideravelmente o uso de insumos.
“Com a conectividade e todas as máquinas e soluções avançadas da Case IH, o produtor se beneficia com o aumento da produtividade e da capacidade de produção. Há também a redução do consumo de água, a eficiência na logística e no armazenamento de estoque, melhoria da mão de obra e aumento da segurança da propriedade.
No campo financeiro, há um crescimento do ROI (retorno sobre o investimento), otimização de custos, redução dos gastos de insumos e despesas gerais, além da eficiência de dados”, explica Rodrigo Alandia, diretor de marketing de produto da Case IH para América Latina.
Gestão local, produtividade máxima
Um dos objetivos da Fazenda Conectada é que o modelo possa ser replicado e aplicado, futuramente, em qualquer propriedade rural brasileira, independentemente de cultura ou tamanho.
Para isso, toda a operação do projeto piloto em Água Boa é monitorada pelo AFS Connect Center, o novo centro de monitoramento da marca, instalado na fábrica de Sorocaba, no interior de São Paulo.
O AFS Connect Center é uma central de suporte que funciona sete dias por semana e disponibiliza especialistas para atender o cliente em tempo real. Em breve, as 161 concessionárias da Case IH espalhadas pelo Brasil terão uma sala de controle desenvolvida especialmente para monitorar as máquinas agrícolas dos clientes.
Entre as máquinas disponíveis na Fazenda Conectada está a nova linha de tratores Magnum e Steiger, todos equipados com o sistema AFS Connect de fábrica, que traz um sistema operacional que permite visualização e suporte remotos.
Por meio do portal AFS Connect, que centraliza as informações da frota e da propriedade e os dados agronômicos, o produtor consegue gerenciar remotamente toda a operação, além de transferir e compartilhar dados.
O monitoramento remoto também possibilita detectar as necessidades de manutenção, facilitando o planejamento.
O trator pode, por exemplo, indicar no monitor qual é a peça defeituosa ou que necessita de manutenção, garantindo que o profissional da assistência técnica faça somente uma viagem até a propriedade para cuidar do reparo, em vez de visitas extras apenas para diagnosticar o problema.
Até o fim do ano de 2021, a Case IH projeta 18 AFS Connect Center espalhados pelo país.
Na agricultura digital, não é só o campo que ganha
Em Água Boa, a instalação de uma antena na propriedade e outra no centro da cidade vai permitir que 16 mil habitantes, hospitais, quatro faculdades, 21 escolas e outras 93 propriedades rurais do entorno tenham acesso à tecnologia 4G LTE com frequência de 700 MHz da TIM.
Paulo Gouvea, head de soluções corporativas da TIM, parceira da Case IH na Fazenda Conectada, diz que democratizar o acesso às redes 4G no campo ou nas cidades é uma das prioridades. “Levamos conectividade para mais de 6 milhões de hectares, impulsionando negócios com agricultura conectada. E agora queremos chegar não só aos grandes produtores, mas também aos de menor porte, que buscam tecnologia e soluções de conectividade para aumentar a produtividade e a eficiência operacional”, diz.
Segundo o executivo, a tecnologia 4G atende hoje a todas as necessidades de conexão no campo e é atualizável para o sinal 5G, quando houver essa disponibilidade.
“A internet melhora a mobilidade urbana com o uso de GPS, aplicativos de delivery e transporte e traz inúmeros benefícios para a telemedicina, modalidade muito utilizada durante a pandemia. Também oferece ensino a distância para toda a sociedade, proporcionando mais oportunidades de capacitação de profissionais com treinamentos online”, reforça Eduardo Penha, diretor de marketing e comunicação da Case IH.
Fontes de informações secundárias usadas na matéria:
“Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira” (Embrapa)
“Agriculture’s Connected Future: How Technology Can Yield New Growth” (The McKinsey & Company)
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