Cooxupé diz que safra de café deve ser “um pouco maior” e vê oportunidades no mercado

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Nacho Doce/Reuters

Cooperados da empresa mineira devem ser responsáveis por sete milhões de sacas, ou 10% da safra brasileira

A safra de café arábica da região da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, deverá ser “um pouco” maior em 2024 na comparação com o ano passado, disse o presidente da instituição nesta quinta-feira (21).

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“Temos dito, uma safra parecida, um pouco maior, a expectativa da Cooxupé é positiva”, afirmou o presidente da cooperativa, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, a jornalistas, durante a Femagri, feira de máquinas, implementos e insumos agrícolas, promovida pela Cooxupé.

Ele não mencionou números de safra.

Mas a cooperativa, com sede em Guaxupé (sul de Minas) e atuação no Cerrado mineiro e parte de São Paulo, confirmou nesta quinta-feira a expectativa de receber em 2024 cerca de sete milhões de sacas de 60 kg, o que representa mais de 10% da safra brasileira.

Este volume seria um aumento de 7,7% em relação à safra passada, com a expectativa de maior produção, conforme números publicados anteriormente.

Os cooperados devem responder pela maior parte das entregas, com expectativa de 5,6 milhões de sacas em 2024.

Segundo o presidente da Cooxupé, a colheita do café arábica deve começar daqui a cerca de mês, “de maneira devagar em algumas regiões”. Porque é em maio que efetivamente os trabalhos deslancham no Sul de Minas.

Ele mencionou também que, enquanto a safra caminha bem, muitos fatores ainda podem influenciar a colheita, como questões climáticas.

Melo disse que os preços atuais do café atendem a demanda dos produtores no tocante a custos, “permitem que a gente tenha lucro com o mercado nesta faixa”.

O presidente da cooperativa comentou que há fatores positivos, como o aumento do consumo na Ásia. “E a Cooxupé tem participado de uma maneira acima do previsto nessas regiões da Ásia e no Oriente Médio.”

A Cooxupé projeta embarques de 6,8 milhões de sacas em 2024, sendo 5,5 milhões na exportação e o restante no mercado interno.

“A expectativa é otimista, com números maiores, preços nesses patamares e um mercado muito justo entre demanda e oferta”, afirmou, citando a baixa oferta global de café robusta.

O superintendente comercial da Cooxupé, Luiz Fernando Reis, lembrou que os estoques de café nos destinos estão “muito baixos”, destacando que o mundo não tem visto incrementos em países como a Colômbia e Vietnã.

Reis ainda citou reportagem da Reuters, publicada nesta semana, que apontou que o Brasil está caminhando para o terceiro ano consecutivo de safras maiores, algo raro em uma série histórica de 144 anos.

“Tudo está caminhando para ter uma safra boa, contra números não há argumentos. Mas a safra de 2021 foi muito baixa, a safra de 22 foi horrível e 23 foi quando começamos ter um pouco mais de café para trabalhar”, comentou.

Já o vice-presidente da Cooxupé, Osvaldo Bachião Filho, destacou que as oportunidades atuais do mercado indicam que o Brasil poderá dar um “passo gigante” como foi dado há 30 anos, para elevar a produção de café no futuro a 80 milhões de sacas.

“Há 30 anos o Brasil e a Colômbia produziam praticamente o mesmo número, hoje o Brasil está com 60 (milhões de sacas) e a Colômbia com 10 (milhões). Temos oportunidade de produzir 80 milhões”, disse ele, lembrando que algumas políticas públicas poderiam ajudar, especialmente aquelas ligadas à “segurança” nas relações trabalhistas.

“O Brasil precisa olhar para dentro de si e entender as oportunidades que tem, com pouquíssimo esforço, se deixar nas mãos dos produtores, a gente consegue ganhar esse mercado tanto para conilon quanto para o nosso arábica, é possível aumentar a produção no Brasil em 25%, com pouco esforço e tempo curto.”

A reportagem da Reuters também apontou que o crescimento da produtividade dos cafés canéforas (conilon e robusta) e os ganhos de produtividade do arábica são trunfos para o Brasil elevar sua fatia no mercado global.

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