O Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual para 10,75% ao ano na reunião da última quarta-feira (20). Este foi o 6º corte seguido feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que afirmou que uma nova baixa da mesma magnitude deve ocorrer na próxima reunião.
Desta forma, você pode estar se perguntando o que isso muda para os seus investimentos? Na visão dos especialistas consultados pela Forbes, os títulos de renda fixa pós-fixados, que eram muito atrativos em 2023, começam a perder o apelo. A Selic, que é a referência para esses ativos, não está rendendo tanto quanto antes.
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Na visão de Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, esse movimento é natural e esperado pelo mercado. “Sempre que a taxa de juros cai, a diferença entre retorno da renda fixa e da renda variável também diminui, o que nos faz reavaliar a relação de risco e retorno dos ativos, levando a uma migração para as ações, fundos imobiliários, entre outros”, afirma.
Para Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos, já é possível perceber o crescimento de fluxo indo para esses ativos de renda variável e a tendência é que só aumente. “O investidor precisa ter em mente que o patamar de 1% ao mês de juros acabou e que ele vai precisar migrar, de forma gradual, para um investimento que traga maior risco, caso queira ter maiores retornos em seu portfólio”, diz.
Já Guilherme Sharovsky, investment banker da Bloxs Capital Partners, ainda não abriu mão da renda fixa, desde que sejam títulos prefixados. Ele destaca ativos que estão relacionados ao IPCA, já que trazem maior previsibilidade. “Esses títulos ainda trazem uma boa diversificação dentro do portfólio, que deve ser combinado com outros ativos de maior risco”, complementa.
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Em quais ações apostar?
Para Marcatti, CEO da Veedha, os setores de varejo e serviços devem surpreender nos próximos meses, já que o mercado de trabalho está mais aquecido e a renda familiar está voltando a se nivelar. “Como esses setores foram os que mais sofreram na bolsa durante o período de alta da Selic, eles podem se beneficiar desse cenário de recomposição de renda e PIB mais aquecido. Porém, é importante lembrar que eles continuam trazendo risco e são mais indicados para investidores arrojados”, afirma.
Para Meira, da Valor Investimentos, as empresas que têm um custo de capital muito elevado devem se beneficiar com a queda da Selic, como é o caso do setor de construção civil. Apesar disso, ele acredita que é preciso esperar por novos movimentos internacionais, como o visto no anúncio do Federal Reserve de quarta-feira, para que a bolsa de valores realmente consiga destravar todo o seu fluxo com investimentos internacionais. Meira explica que, com a taxa de juros alta por lá, os investidores de fora ficam menos propensos ao risco e evitam investimentos internacionais, principalmente em países subdesenvolvidos como o Brasil.
Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos, concorda. Para ele, os setores mais dependentes de uma economia mais aquecida tendem a ser mais beneficiados nesse momento. “Juros menores fomentam a procura por crédito, visto o custo mais baixo para se contratar empréstimos e financiamento, tanto para a aquisição de um imóvel próprio por exemplo, como para o consumo”, diz.
Sharovsky, da Bloxs Capital Partners, recomenda investir por meio do ETF do Ibovespa (BOVA11), já que ele acredita que a bolsa como um todo deve ser beneficiada com esse novo cenário. Ele destaca também que as incorporadoras de média e baixa renda devem ficar mais atrativas nos próximos meses, se tornando boas oportunidades de investimento.
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