Qual é seu super poder? Mulheres contam o que fazem de melhor – e ensinam a reconhecer

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Mariana Stanisci, diretora de marketing da Fundação Osesp: “Meu super poder precisou ser lapidado ao longo da carreira”

Quando Andréa Cruz pede para que os clientes da sua consultoria de carreira, a Serh1, apresentem um pitch – um resumo falado do que fazem com o objetivo de fechar negócios ou trabalho -, os homens conseguem colocar suas qualidades nos primeiros 30 segundos. “Já as mulheres, em média, demoram 5 minutos até começar a falar de seus talentos e de seu histórico profissional”, diz Cruz, que tem um departamento específico para estudo de grupos minorizados no ambiente de trabalho.

Como um pitch precisa ser muito curto para ganhar a atenção dos investidores ou de quem vai contratar, elas correm maiores riscos de não serem ouvidas ou de não serem vistas como assertivas. “É muito importante que as mulheres tenham consciência dos seus talentos únicos e que saibam comunicá-los”, diz a consultora. Um estudo feito pela Universidade da Pensilvânia em conjunto com a Universidade de Harvard mostrou que, na hora de se autopromover, mulheres fazem avaliações 33% menos favoráveis que homens em relação ao seu desempenho. “Achamos que destacar nossas virtudes pode parecer arrogante ou ser fruto de um ego exacerbado”, diz Camilla Massari, vice-presidente de atendimento na AlmapBBDO.

Autopromoção feminina é mal-vista

Boa parte dessa dificuldade em falar bem das próprias capacidades é aprendido muito cedo na vida. Desde a infância, e também nas empresas, as mulheres não são incentivadas a se auto promoverem. “Não é algo bem visto uma mulher falando de si e de seus poderes no mundo corporativo, mas precisamos investir em autoconhecimento para superar isso”, diz Cruz.

Superar essa barreira exige algum investimento pessoal. Terapia, coaches de carreira qualificados, mentores e o próprio feedback na empresa, seja dos colegas, chefes ou subordinados, pode ajudar a reconhecer essas habilidades que cada uma tem. E há cuidados a se tomar para lidar com os poderes reconhecidos. “Ao conquistar auto-confiança é que pude ir lapidando meu estilo mais focado no meu super poder”, diz Mariana Stanisci, diretora de comunicação e marketing da Fundacão Osesp (Orquestra Sinfônica de São Paulo). 

Foi com essa ideia que nasceu, dentro do Google, com um grupo de funcionárias, o workshop I’m Remarkable (“Eu sou notável”, em inglês). Hoje, há centenas de facilitadoras que promovem o workshop gratuitamente em diversos locais para ajudar mulheres a reconhecerem suas capacidades. E a saber falar delas sem receio. “Estudos mostram que celebrar as nossas conquistas pode aumentar nossa auto estima e dar motivação para alcançar mais”, diz Amanda Berezoski, gerente de parcerias do YouTube Brasil e facilitadora do I’m Remarkable. “Esse workshop mudou a minha vida e a forma de me enxergar. Sou uma mulher com uma deficiência física. Entender que a deficiência é uma parte de quem sou, mas que não me define, foi um divisor de águas.”

Aqui, conselhos de Andréa Cruz e Amanda Berezoski para ajudá-la a descobrir suas melhores habilidades – ou seus super poderes:

Preste atenção no que outras pessoas normalmente elogiam e reconhecem em você. Geralmente essa é uma dica importante do que você faz muito bem e é notada.
Aceite que você tem talentos únicos. Geralmente as mulheres não se vêem como talentosas e têm dificuldade em reconhecer suas habilidades.
Procure feedback com sua equipe de trabalho: pares, chefe, subordinados têm algo bom a dizer de você.
Ajuda profissional é outro passo nessa jornada: psicoterapia, coach com formação específica em gestão de carreira, consultores, testes comportamentais podem ajudá-la a construir uma visão positiva sobre você.
Preste atenção nas coisas que você faz com facilidade. O fato de serem fáceis para você não significa que sejam para todo mundo, mas que fazem parte das coisas que você realiza muito bem.
“Pense nas coisas que você conquistou semanalmente. Não se prenda as conquistas grandes. Pequenas conquistas também devem ser celebradas. Exemplo: ter um tempo de qualidade com a família, alimentar-se corretamente”, diz Berezoski.

Essas empreendedoras e executivas contam qual é seu super poder. E como fizeram para descobrí-lo:
















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