Além de promover a diversificação geográfica do capital, investir no exterior permite investir em empresas líderes em seus setores e pode ampliar os retornos financeiros. Essa estratégia tem se popularizado. Segundo dados do Banco Central (BC), os investidores brasileiros têm direcionado cada vez mais recursos para investimentos no exterior. Em 2023 foram investidos US$ 4,4 bilhões, ante resgates líquidos de US$ 142 milhões em 2022.
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Embora o Brasil ofereça diversas oportunidades de investimento, o cenário global é incomparavelmente mais amplo. Os Estados Unidos, por exemplo, representam cerca de metade dos investimentos do mundo, com as maiores bolsas de valores, a NYSE e a NASDAQ. Há mais de oito mil ativos listados nas bolsas americanas, ante os cerca de 390 no Brasil.
Os tamanhos das companhias listadas nos Estados Unidos também são incomparáveis. O valor de mercado da empresa americana de tecnologia Nvidia na segunda-feira (11) era de US$ 2,271 trilhões, ou R$ 11,28 trilhões. Para comparar, o valor de mercado da Petrobras (PETR3/PETR4) nessa data era de R$ 465,6 bilhões, ou 4,13% da NVidia. E a soma do valor de mercado de todas as empresas brasileiras listadas na bolsa era de R$ 4,56 trilhões, apenas 40% da capitalização da NVidia.
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Nesse contexto, os especialistas recomendam que os investidores iniciantes comecem a diversificar seus investimentos pelos EUA. O mercado americano oferece uma variedade de ativos financeiros, incluindo títulos do Tesouro, considerados os mais seguros do mundo. “Todo investidor deveria ter parte de seu patrimônio investido em uma moeda forte”, diz Caio Fasanella, head de investimentos da Nomad.
Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank, acrescenta que investir em mais de um país permite que o investidor limite os riscos políticos, geográficos e socioeconômicos, ao mesmo tempo em que aumenta o potencial de retorno no longo prazo. Para ilustrar, a Nasdaq encerrou o ano de 2023 com uma alta de 43,4%, e o S&P com uma valorização de 24%, comparado à alta de 22% do Ibovespa. “O investimento no exterior deve ser pensado para o longo prazo, pois carrega mais riscos, embora tenha um potencial de retorno maior”, diz Frias.
A carteira internacional do C6 Bank teve uma valorização de 3,5% em fevereiro. No acumulado, a rentabilidade da carteira se assemelha à do S&P, com 6,7%. Veja os ativos negociados na bolsa americana recomendados pelo banco para março:
Próximos destinos: Europa e Ásia
Para investidores mais experientes, os especialistas apontam uma gama de oportunidades nos mercados europeu e de países emergentes. Países como Alemanha, França, Reino Unido e Suíça são destinos tradicionais devido à maturidade de seus mercados financeiros, abrigando grandes empresas como a holding de artigos de luxo francesa LVMH e o laboratório dinamarquês Novo Nordisk, que produz o Ozempic.
A empresa da Dinamarca valia US$ 603,5 bilhões (R$ 3 trilhões) na segunda-feira (11). Em 12 meses, suas ações se valorizaram 93,8% em dólar. E quem investiu na LVMH desfrutou de um ganho de 18,8% em euros neste ano, além de poder dizer no churrasco que é sócio de Bernard Arnault, homem mais rico do mundo segundo a Forbes, com um patrimônio de US$ 235,8 bilhões (R$ 1,17 trilhão).
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A Ásia é uma das regiões de crescimento mais acelerado do mundo, com mais de 60% da população global, o que a torna um grande mercado consumidor. “Países como China, Índia, Japão e Singapura oferecem oportunidades de investimento em setores como tecnologia, manufatura, serviços financeiros e saúde”, diz Rafael Kenji, especialista em investimentos da FHE Ventures.
Apesar dos desafios, alguns países da América Latina também apresentam oportunidades de investimento. México, Chile e Colômbia são exemplos, embora ainda se fale pouco sobre essas opções.
Uma desvantagem potencial do investimento no exterior é a maior exposição a eventos macroeconômicos, como recessões, crises financeiras e mudanças nas taxas de juros em várias partes do mundo. Os investidores podem ficar expostos a vários desses riscos.
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