O índice que mede a alteração de escalas e atrasos de navios no Porto de Santos alcançou 85% em janeiro, o maior percentual já registrado, ampliando os gargalos logísticos e custos do comércio exterior, apontou nesta quarta-feira (7) o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), parceiro da startup ElloX Digital na elaboração do indicador.
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Entre os fatores para a alta do indicador no maior porto da América Latina, que estava em 76% em dezembro e 57% em janeiro do ano passado, estão as tempestades tropicais que atingiram o Sul do país, a infraestrutura portuária ineficiente e também os impactos das mudanças de rotas de navios geradas pelos ataques houthis no Mar Negro.
Tais conflitos no Oriente Médio e as dificuldades de navegação no Canal de Suez, que levam navios a optarem muitas vezes por rotas mais longas, têm impulsionado o frete marítimo global.
Os atrasos de navios resultam em adiamentos de embarques e pátios abarrotados de contêineres nos terminais portuários, que por sua vez têm que lidar com dificuldades para receber cargas devido a limitações físicas de espaço, disse o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.
“Para o exportador de café, tem sido mundo difícil lidar com esses gargalos como a falta de espaço, porque os atrasos decorrentes dos navios levam os pátios a ficarem cada vez mais cheios, e consequentemente com menos espaços para o recebimento de cargas”, afirmou ele à Reuters.
A situação amplia custos para a exportação.
“Esses gargalos estão sendo superados pelos exportadores com a adição de custos à operação de comércio exterior, e isso tem sido o desafio dia após dia, e tem se agravado, porque os terminais têm limitações físicas”, comentou Heron, lembrando que o exportador não pode trazer de volta a carga enviada ao porto.
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Heron disse que o Cecafé tem procurado estreitar relação com terminais para melhorar processos e mitigar riscos, “mas infelizmente o problema está concentrado nos atrasos de navios”.
Ele disse que é preciso melhorar a regulação portuária para que se defina responsabilidades pelo atraso das embarcações.
“Para que atrasos de navios não consistam apenas em mera justificativa de força maior”, disse.
Ele lembrou que os navios têm dispositivos como “transponders” que poderiam colaborar para que os agentes recebam informações mais acuradas sobre a data de chegada do navio, o que permitiria uma melhor organização da logística.
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