Neste início de 2024 é essencial que o empreendedor planeje e defina suas metas. Isso é um fato. Durante esse trajeto, é fundamental compreender que tão importante quanto saber o que você vai precisar é, também, visualizar com clareza o que você não vai precisar de forma alguma. Esse é o conceito de antimetas, ou seja, as metas negativas, metas do que você não vai seguir a partir de então. Esse conceito simples, porém valioso, vai trazer transformações significativas aos seus negócios. Até porque é fácil se perder no entusiasmo de definir objetivos ambiciosos, mas o que também contribui para o curso do sucesso são as decisões sobre o que não pode ser feito.
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Pense em um farol no meio do mar e nos limites que ele estabelece para evitar desvios e distrações dos marujos. Ao invés de diluir esforços em múltiplas direções, o farol permite que os navegantes canalizem energia para onde realmente importa. Assim são as antimetas. Na prática, este conceito vai te guiar como um farol durante a sua caminhada empreendedora.
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Veja no caso apontado por um estudo da Gallup, empresa de pesquisa de opinião dos EUA, que mostra que 23% dos funcionários norte-americanos se sentem frequentemente esgotados no trabalho. Esta estatística destaca como o excesso de trabalho e a falta de foco podem levar ao esgotamento dos funcionários, conhecido como burnout. Neste caso, saber o que não fazer vai ajudar a evitar a sobrecarga, mantendo a equipe focada e produtiva. Como? Ao estabelecer limites claros sobre o que não fazer, evita-se a sobrecarga de trabalho, o que mantém a equipe focada nas tarefas mais importantes, melhorando a produtividade e reduzindo o risco de burnout. E tem mais, segundo a Harvard Business Review, empresas que mantêm um foco claro em suas competências essenciais têm 70% mais chances de sobreviver a longo prazo. Neste caso, ao definir as metas e as antimetas, as empresas podem evitar a tentação de se desviar para atividades fora de suas competências essenciais. Isso assegura que os recursos sejam utilizados de maneira mais eficaz, fortalecendo o núcleo do negócio.
Um estudo da Mckinsey também aponta que as empresas que eliminam processos desnecessários podem aumentar sua eficiência operacional em até 35%. No setor de tecnologia, por exemplo, foi possível ver as antimetas em ação quando uma startup estabeleceu não expandir para novos mercados nos primeiros dois anos. Essa decisão permitiu que concentrasse recursos no aprimoramento do produto, resultando em um aumento de 50% na base de clientes no mercado interno. Outro exemplo aconteceu no setor de varejo, quando uma empresa decidiu não abrir novas lojas em um ano, focando em melhorar a experiência do cliente nas lojas existentes. O resultado foi um aumento de 40% na fidelidade do cliente e um crescimento significativo nas vendas online.
Com base nos cenários acima, podemos destacar alguns aprendizados com o poder do “não”: autoconhecimento – conheça profundamente o seu negócio e identifique o que é fundamental para o seu crescimento; Análise crítica – avalie regularmente as atividades e projetos em andamento. Se eles não alinharem com suas metas centrais, considere-os candidatos para as antimetas; Cultura da eficiência – promova uma cultura que valorize o tempo, os recursos e os esforços. As antimetas ajudam a criar um ambiente onde cada ação tem um propósito claro.
As antimetas estão longe de serem simples negações, elas são um poderoso instrumento estratégico que nos permitem dizer não ao supérfluo e sim ao essencial, guiando empresas para um caminho de sucesso sustentável e focado.
Camila Farani é Top Voice no LinkedIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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