O Cine Belas Artes fechou um acordo com a gestora de recursos Reag Investimentos para a venda dos naming rights por um valor não declarado. A transação ocorreu, após o vencimento do contrato do cinema com o Grupo Petrópolis, que ocorreu em dezembro de 2023. A nova parceria deve durar cinco anos, com possibilidade de renovação.
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As cifras não foram divulgadas. “O valor se destina ao pagamento do aluguel, à troca do projetor da Sala 4 e a manutenções de rotina”, diz André Sturm, presidente do grupo Belas Artes. Entre elas, conserto de cadeiras e pintura de banheiros. Fontes do mercado estimam que o aluguel do espaço seja de R$ 2,7 milhões por ano e a estimativa de custo de um projetor é de US$ 30 mil.
“A parceria não se limita ao apoio financeiro e reflete o compromisso da REAG em valorizar o patrimônio e a história das comunidades”, diz João Carlos Mansur, CEO da REAG. “Esse patrocínio fortalece o Cine Belas Artes e reforça o papel das empresas em resguardar o tecido cultural da sociedade.” O contrato também prevê a utilização do espaço para a realização de eventos, como palestras com nomes relevantes na economia e finanças, pela REAG.
Segundo Sturm, o negócio não é sustentável sem a venda dos naming rights. “Ao contrário de outras empresas da região, nossa atividade tem um horário restrito e a necessidade de manter muitas atividades que não produtivas em outros ramos”, diz Sturm. “Manter um cinema de rua em uma das áreas com o metro quadrado mais caro da capital paulista não é fácil.”
A REAG procurou o cinema no fim de 2023. “Desde o início eles demonstraram muito carinho pelo Belas Artes e não pouparam esforços. Foi uma negociação muito tranquila”, diz Sturm.
Histórico
Fundado em 1967, o cine está instalado em um edifício projetado e construído pelo arquiteto italiano Giancarlo Palanti e inaugurado em 1954. Na inauguração era chamado Cine Trianon e possuía originalmente uma sala com 1.200 lugares.
Em 1980 o cinema foi reformado e ganhou sua configuração atual, com seis salas. A reforma permite uma programação diferenciada, com a exibição de até dez filmes por semana. No Belas Artes nasceu a Sociedade de Amigos da Cinemateca, embrião da Cinemateca Brasileira.
Foram várias crises financeiras desde a fundação. Em 2002 o cinema quase fechou as portas. Sturm e a O2 Filmes assumiram o comando e reformaram o prédio, com o cinema reinaugurado em 2004.
Em 2011 houve uma crise que parecia definitiva, com a suspensão das atividades. Uma mobilização que reuniu 90 mil assinaturas levou o governo do Estado a tombar a fachada como patrimônio histórico em 2013. No ano seguinte, uma parceria entre a Prefeitura e a Caixa Econômica Federal, o que permitiu a reabertura.
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A parceria durou até 2019 e os naming rights passaram para o Grupo Petrópolis, produtor da cerveja Itaipava. O nome mudou para Petra Belas Artes. No ano seguinte, nova crise devido à pandemia e novo fechamento de portas. “Manter um cinema durante a pandemia é muito difícil, o ambiente se deteriora apesar de não haver exibição de filmes”, diz Sturm.
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O próprio Grupo Petrópolis pediu recuperação judicial em 2023, impossibilitando a renovação da parceria. A iniciativa da REAG, uma gestora com forte participação no mercado imobiliário e que estruturou a construção do Allianz Park, garante que as telas do Belas Artes continuarão iluminadas.
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