Em meio a lideranças de diferentes áreas e do mundo todo, a brasileira Maira Genovese, fundadora e CEO da MG Empower, participou de um evento que discute soluções para a igualdade de gênero em Davos, na Suíça.
A iniciativa da World Woman Foundation, organização sem fins lucrativos e uma comunidade global de líderes mulheres, acontece desde 2018 durante o Fórum Econômico Mundial, que reúne lideranças globais para abordar questões relacionadas à economia, política, meio ambiente, tecnologia e saúde. “Uma agenda focada em pautas femininas, de direitos humanos a carreira, dentro de uma das semanas mais importantes do mundo, traduz a relevância desses debates”, diz a empreendedora.
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Maira, que se mudou para Londres em 2005 e criou a MG Empower em 2017, com foco em marketing de influência, participou de um painel na última quinta-feira (18) sobre o papel da criatividade e da inovação como aliadas para criar soluções para problemas que vivemos hoje como sociedade, especialmente as questões de gênero. “Conseguimos promover mudanças verdadeiras quando abrimos espaços para debater temas complexos.”
Na plenária, estava acompanhada de outras cinco pessoas, entre elas a polonesa e historiadora da arte Kasia Redisz, Aayati Dash, que aos 10 anos desenvolveu sua própria plataforma no metaverso, e, Krystina Fisher, vice-presidente de uma agência de comunicação global.
A empreendedora, que deixou o Brasil e também uma carreira bem-sucedida no marketing há quase 20 anos, hoje lidera campanhas para gigantes como TikTok, Porsche, Chopard e Bumble, envolvendo influenciadores, storytelling e tecnologia.
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Aqui, Maira Genovese conta como é estar em Davos discutindo pautas de gênero e relacionadas a tecnologia, saúde e economia, os insights dessa experiência e como eles vão se traduzir em ações na sua empresa.
Forbes: Qual o tema do seu painel e o que você levou sobre empreendedorismo feminino para Davos?
MG: O painel “Power of Creativity & Equality Moonshot” é um dos destaques do line-up da World Woman Davos Agenda – evento realizado pela World Woman Foundation durante a semana do World Economic Forum em Davos. Ele tem como objetivo discutir igualdade de gênero para mulheres e meninas e promover uma plataforma de transformação e colaboração. A proposta desse painel, especificamente, é refletir sobre o papel da criatividade em impulsionar mudanças sociais tangíveis, especialmente no que diz respeito à igualdade e ao empoderamento.
F: Qual a importância de discutir esses assuntos hoje?
MG: Como empreendedora e profissional de marketing, acredito que esta seja uma oportunidade muito valiosa para discutirmos o papel do criativo como agente de inovação e, consequentemente, transformação. Uma ideia não compartilhada sempre será apenas uma ideia. Durante a minha trajetória como mulher começando e conduzindo um negócio no exterior, eu tive a sorte de encontrar profissionais pelo caminho que me ajudaram e me deram voz, mas também vi como, muitas vezes, ainda é preciso lutar por esses espaços.
Em todo o caminho de crescimento do negócio, eu vi como abordagens criativas podem ser realmente catalisadoras de soluções para questões complexas, desafiando conceitos existentes, ampliando a diversidade no desenvolvimento de projetos e inspirando ação. E tudo isso se torna bastante limitado quando seguimos sempre com as mesmas pessoas dentro das salas de reunião. Mais do que criatividade, precisamos falar sobre a importância de abrir espaço para a criatividade.
F: Estar no World Woman tem qual impacto para sua carreira e networking?
MG: Me sinto muito honrada com esse convite e por poder contribuir com um evento cujo foco guia toda a minha trajetória pessoal e profissional. A palavra “empower” está mais do que no nome do negócio que eu criei, mas no centro de todos os meus valores como empreendedora, líder e mulher. Então, ter a oportunidade de falar sobre isso em um evento como o World Woman é gratificante não só por poder me conectar com mulheres que têm a mesma visão, mas também por permitir que eu siga como agente ativa na construção de espaços mais justos na sociedade. No que se refere à carreira, é uma grande realização estar entre tantas referências no assunto, unindo forças para transformar conversas em ação, e esse é só o começo.
F: E em relação ao poder desse espaço para falar do papel de gênero?
MG: Eu realmente acredito que conseguimos promover mudanças verdadeiras quando abrimos espaços para debater temas complexos – as tais conversas difíceis. E acho que toda a evolução que vimos nos últimos anos no que diz respeito à igualdade de gênero é resultado da ampliação desses espaços. Uma agenda focada em tantas pautas femininas, de direitos humanos à carreira, dentro de uma das semanas mais importantes do mundo, traduz exatamente a relevância desses debates para aumentar o acesso à informação e impulsionar os participantes a refletirem e desafiarem as normas dos contextos em que vivem. Isso é precioso, e é especialmente importante ver empresas ativas nessas oportunidades.
F: Você vê tendências em relação à equidade de gênero saindo do evento deste ano?
MG: A igualdade de gênero segue sendo uma das principais prioridades de organizações no mundo todo. Por isso, acredito que os debates estarão cada vez mais centrados em soluções reais e possíveis e em definir o que e quem precisamos para fazer acontecer. Acho que o principal foco dessa edição é a discussão de ativações concretas a partir do cenário de inovação que vemos hoje – novas tecnologias e o uso de dados para informar os próximos passos dessas estratégias. Outra grande tendência que enxergo é a participação mais ativa dos homens como aliados dessa questão. Vejo a questão do coletivo como um grande fator na evolução dos direitos das mulheres e acho que essa perspectiva pode contribuir para acelerar os avanços.
F: Como você pretende conectar sua empresa e sua carreira com esse movimento em Davos?
MG: Debates sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino fazem parte da agenda de eventos promovidos internamente na MG Empower de forma muito natural, especialmente devido à minha história como empreendedora. Meu objetivo é seguir fomentando essas conversas, que vão ao encontro dos valores que priorizamos como empresa. Quero muito trazer os insights de Davos para os times também, não só para inspirá-los no desenvolvimento de carreira, como também para trazer uma perspectiva atualizada na condução de estratégias para os clientes com foco em impacto social. E acho que Davos é um momento especial e marcante na minha trajetória como empreendedora. Sair do Brasil, construir um negócio no exterior e poder usar minha experiência para agregar valor a um evento global é, sem dúvidas, uma conquista gratificante.
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