O órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos (SEC) aprovou na quarta-feira (10) os primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) nos EUA que acompanham o bitcoin, em um divisor de águas para a maior criptomoeda do mundo e o setor de moedas digitais.
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A SEC disse que aprovou 11 pedidos, incluindo da BlackRock, Ark Investments/21Shares, Fidelity, Invesco e VanEck. A liberação ocorre apesar dos avisos de algumas autoridades e defensores dos investidores de que os produtos apresentam riscos.
A expectativa é que a maioria dos produtos comece a ser negociada nesta quinta-feira (11), disseram os emissores, dando início a uma competição acirrada por participação no mercado.
Com uma década de existência, os ETFs são um divisor de águas para o bitcoin, oferecendo aos investidores exposição à maior criptomoeda do mundo sem precisarem detê-la diretamente. Eles proporcionam um grande impulso para um setor de moedas digitais que foi assolado por escândalos ano passado.
“É um grande ponto positivo para a institucionalização do bitcoin como uma classe de ativos”, disse Andrew Bond, diretor administrativo e analista sênior de fintech da Rosenblatt Securities.
Os analistas do Standard Chartered disseram esta semana que os ETFs poderiam atrair de US$ 50 bilhões a US$ 100 bilhões somente este ano. Outros analistas disseram que os fluxos de entrada estarão mais próximos de US$ 55 bilhões em cinco anos.
O valor de mercado do bitcoin era de mais de US$ 913 bilhões na quarta-feira (10), de acordo com a CoinGecko. Em dezembro de 2022, o total de ativos líquidos dos ETFs dos EUA era de US$ 6,5 trilhões, de acordo com o Investment Company Institute.
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O bitcoin acumula valorização de mais de 70% nos últimos meses, na expectativa dos investidores pela aprovação dos ETFs. Atingiu o valor mais alto desde março de 2022 nesta semana.
O sucesso na batalha pelos fluxos de entrada dependerá principalmente das taxas e da liquidez, dizem os analistas. Alguns emissores reduziram suas taxas propostas em novos registros nesta semana, incluindo a BlackRock e a Ark/21Shares. Essas taxas variam de 0,2% a 1,5%, com muitas empresas oferecendo a isenção total das taxas por um determinado período. Para os especuladores de curto prazo que desejam comprar e vender os produtos, a liquidez pode ser mais importante.
As empresas esperam uma enxurrada de publicidade online e outros tipos de marketing. Alguns emissores, incluindo a Bitwise e a VanEck, já lançaram anúncios divulgando o bitcoin como um investimento.
“É algo sem precedentes, portanto, veremos como funciona. Nunca estive em uma situação em que 10 dos mesmos ETFs foram lançados no mesmo dia”, disse Steven McClurg, diretor de investimentos da Valkyrie, cujo ETF estava entre os aprovados na quarta-feira (10).
As aprovações ocorreram um dia depois que uma pessoa não autorizada fez uma publicação falsa na conta da SEC na rede social X (antigo Twitter), dizendo que a agência havia aprovado os produtos para negociação. A agência rapidamente desmentiu e excluiu a publicação.
Alguns especialistas em regulamentação acreditam que os ETFs de bitcoin também podem abrir caminho para outros produtos inovadores vinculados a moedas digitais. Vários emissores, por exemplo, entraram com pedido de ETFs de ether, a segunda criptomoeda mais importante.
O post Orgão regulador dos Estados Unidos aprova ETFs de bitcoin apareceu primeiro em Forbes Brasil.