Após vários meses de atraso, a Securities And Exchange Commission (SEC), autarquia americana equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), finalmente autorizou o lançamento de 11 Exchange Traded Funds (ETFs) de bitcoin (BTC) de mercado à vista.
A notícia disparou uma recuperação dos preços da criptomoeda mais importante. O bitcoin estava sendo negociado no fim da tarde a US$ 45,7 mil, estabilidade em relação à véspera. Durante a manhã, os preços amargaram uma queda de 2,6% ante o fechamento anterior.
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As cotações chegaram a um máximo de US$ 47,7 mil dólares nos primeiros dias de janeiro, pois a aprovação dos ETFs pela SEC era considerada certa e será um evento transformador no mercado de criptomoedas.
Ímpeto na demanda
ETFs do mercado à vista de criptomoedas já fazem parte da paisagem dos investimentos, inclusive no Brasil. Porém, os investidores americanos enfrentam vários obstáculos para comprar criptoativos. Os ETFs disponíveis no mercado investem em derivativos de criptomoedas.
A diferença é que os derivativos são, em geral, emitidos por bancos e exchanges. Assim, o investidor na verdade está comprando um título de um banco, e não uma fração de bitcoin. Ao permitir os ETFs de mercado à vista, a SEC criará uma demanda final por criptoativos que é potencialmente gigantesca.
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O impacto dessa medida é tão simples quanto poderoso: esses produtos tornariam mais fácil aos americanos comprar bitcoins. Segundo Sebastián Serrano, CEO e cofundador da exchange Ripio, os ETFs deverão estimular o mercado por facilitarem o acesso às criptomoedas. “Não é necessário entender a tecnologia do blockchain, nem se preocupar com a custódia do bitcoin” diz ele. “Além disso, os ETfs oferecem vantagens em termos de liquidez e de regulamentação”, afirma. As cotas dos ETFs são negociadas em bolsa como se fossem ações, e esses fundos estão sujeitos à fiscalização das autoridades de mercado.
Isso permitiria que os investidores americanos, tanto institucionais quanto individuais, tenham mais acesso tanto ao bitcoin quanto a outras criptomoedas. Os analistas estão otimistas. Profissionais do banco sul-africano Standard Chartered preveem que a aprovação pode trazer US$ 50 bilhões em recursos para o mercado neste ano. Outros analistas, mais conservadores, esperam esse volume ao longo dos próximos cinco anos.
A percepção é que os preços devem subir. “Uma avaliação preliminar indica que os ETFs de mercado à vista poderiam elevar as cotações do bitcoin para US$ 100 mil”, diz Luísa Pires, Head de Criptoativos e Tecnologia da Levante Ideias de Investimentos. “Esses ETFs vão gerar uma forte demanda final pelo bitcoin e também podem ampliar a demanda sobre os demais criptoativos.”
Reviravolta
A aprovação será uma guinada para a SEC. Nos últimos dez anos, a autarquia rejeitou sistematicamente qualquer tentativa de lançar ETFs de criptomoedas no mercado à vista, devido a preocupações de que os preços desses ativos, que não são regulamentados nem emitidos por nenhuma empresa ou autoridade, seriam vulneráveis à manipulação. Gensler, presidente da SEC, declarou em meados de 2023 que o bitcoin não é um valor mobiliário, como uma ação ou um título de renda fixa.
No entanto, as esperanças de que a SEC finalmente aprovasse os ETFs de bitcoin aumentaram no terceiro trimestre de 2023, depois que um tribunal federal de apelações decidiu que a agência estava errada ao rejeitar um pedido da gestora de recursos Grayscale Investments para converter o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) em um ETF. Essa decisão forçou a agência a reexaminar a sua posição.
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Grandes gestoras de recursos, como BlackRock, Fidelity e VanEck já têm esses produtos prontos para o lançamento e aguardam apenas a autorização da SEC. Com a aprovação, a expectativa é que os negócios comecem já nesta quinta-feira (11).
O post CVM americana aprova 11 fundos de bitcoin; cotação pode chegar a US$ 100 mil apareceu primeiro em Forbes Brasil.